Hong Kong. Michelle Bachelet pede que população seja escutada

A Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, pediu na segunda-feira que as autoridades da vizinha Região Administrativa Especial de Hong Kong promovam amplas consultas populares ” antes de aprovar ou alterar a proposta de lei da extradição que provocou semanas de protestos. 

As manifestações generalizadas contra o projecto de lei mergulharam o vizinho território numa profunda crise política, provocando o maior desafio popular ao presidente da República Popular da China, Xi Jinping, desde sua chegou ao poder, em 2012.

A chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, suspendeu o projecto de lei, que permitiria que suspeitos de crimes na antiga colónia britânica pudessem ser extraditados para a República Popular da China para julgamento, mas alguns activistas pedem que Lam elimine de uma vez por todas a legislação. 

Bachelet elogiou a decisão do Governo de suspender a aprovação da emenda em resposta “às gigantescas demonstrações de activismo cívico por uma grande parte da população”. 

“Exorto as autoridades a conduzir consultas amplas antes de aprovarem ou alterarem legislação deste tipo, ou qualquer outro tipo de legislação”, afirmou a ex-presidente do Chile, num discurso perante o Conselho dos Direitos Humanos da ONU, que iniciou em Genebra uma sessão que se vai prolongar por três semanas. 

Bachelet garantiu que vai continuar a confrontar a China com questões relacionadas com a região chinesa de Xinjiang, nomeadamente sobre o “acesso irrestrito” à região.

Especialistas e organizações dos direitos humanos dizem que cerca de um milhão de uigures e muçulmanos de outras etnias estão presos em centros de detenção em Xinjiang. Pequim já foi criticada internacionalmente pelo estabelecimento dos complexos de detenção, que são descritos oficialmente como “centros de treino e reeducação”. A China sustenta que os campos são instrumentos valiosos no  combate ao extremismo por ensinarem novas habilitações aos detidos. 

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