Ambiente. Emissões têm de cair pela metade para que o planeta seja salvo

As emissões de gases com efeito de estufa têm de ser reduzidas pela metade até 2030 para se limitar o aquecimento global a um grau e meio, mas as temperaturas devem crescer o dobro dos desejado até o final do século mesmo que os planos actuais sejam implantados. As conclusões são de um grupo de investigadores europeus, que exigem medidas mais radicais para combater o aquecimento global.

O Climate Action Tracker, um grupo de investigadores europeus, tem vindo a monitorizar o progresso de diferentes países rumo à meta, globalmente acordada, de manter o aumento das temperaturas abaixo dos 2ºC e do propósito, ainda mais ambicioso de cingir o aquecimento global a 1,5ºC, à medida que as preocupações públicas com as alterações climáticas aumentam e provocam protestos em todo o mundo.

Ainda assim, as emissões de dióxido de carbono relacionadas com a produção de energia atingiram um montante recorde no ano passado. Em simultâneo, a demanda por soluções energia no campo das energias renováveis parecem estabilizar ao fim de anos de um forte crescimento.

Ao mesmo tempo, o metano – um gás que produz efeitos de estufa mais potente do que o dióxido de carbono – aumentou nos últimos anos devido à produção de petróleo e gás.

Uma avaliação do planos de acção climática gizados por 32 nações feita pelo Climate Action Tracker indica que só os planos definidos por Marrocos e pela Gâmbia conseguem atingir a meta de 1,5ºC.

Se as nações implantarem totalmente os planos que gizaram conforme o Acordo de Paris de 2015, as temperaturas deverão aumentar 3ºC até o final do século, um montante pouco abaixo do aumento de 3,3ºC que o grupo anunciou em Dezembro.

“Os receios públicos estão a aumentar rapidamente, e movimentos globais como o Fridays for Future ou o Extinction Rebellion estão a pressionar os Governos para que actuem”, disse Niklas Höhne, do NewClimate Institute, uma das organizações que fornecem dados para análise aos investigadores do Climate Action Tracker.

“À medida que avançamos e as alterações climáticas evoluem para uma crise climática, a luta pelo clima está a tornar-se uma prioridade pública. Esperamos que os governos adoptem acções ousadas”, acrescentou.

Na terça-feira, a responsável da Organização das Nações Unidas (ONU) pela pasta das alterações climáticas, Patricia Espinosa, disse a representantes governamentais reunidas em Bona, na Alemanha, que os planos de acção estão muito aquém do que é necessário para reduzir as emissões em 45 por cento até 2030, de forma a limitar de forma significativa o aquecimento global.

Alguns países anunciaram, no entanto, novas metas. O Reino Unido quer eliminar por completo as emissões líquidas até 2050 e o Chile quer tornar-se neutro em carbono até 2050 e fechar todas as centrais energéticas a carvão até 2040.

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