Hong Kong. Pró-democratas pedem demissão de Carrie Lam

Um deputado do Partido Democrático da vizinha Região Administrativa Especial de Hong Kong, James To, defendeu este sábado que a controvérsia que se instalou na antiga colónia britânica a propósito da intenção do Governo de legislar a lei da extradição colocou a nu as fragilidades do Executivo liderado por Carrie Lam.

Citado pela RTHK, Lam defendeu esta manhã que mesmo que a líder do Governo anuncie a “suspensão” da discussão do diploma, Lam deve demitir-se porque perdeu toda a credibilidade.

O deputado do Partido Democrático considera que suspender o diploma para que seja debatido em Outubro, após a interrupção dos trabalhos do Conselho Legislativo, não seria nem aceitável, nem exequível. James To exorta o Governo a deixar cair a intenção de introduzir emendas à lei e instou Lam a tomar “a opção mais honrada” e a demitir-se.

O deputado diz estar ciente que a demissão teria que ser aceite pelo Governo central, que teria de encontrar um substituto para a actual Chefe do Executivo: “De toda e qualquer maneira, a credibilidade da nossa Chefe do Executivo neste momento não é nenhuma”, defendeu To. O membro do Conselho Legislativo pediu ainda à líder do Governo para emitir “um pedido sincero de desculpas” à população de Hong Kong.

As críticas a Carrie Lam chegaram também pela voz do responsável pelo Conselho de Acção Social de Hong Kong, Chua Hoi-wai. O responsável considera que a oposição massiva ao diploma ao longo da última semana demonstra a incapacidade do Governo para ouvir a população.

Chua defendeu que o executivo liderado por Carrie Lam terá que demonstrar capacidade para melhorar. O dirigente instou a chefe do Executivo a ser mais flexível e a não assumir que sabe o que é melhor para a população: “Hoje em dia, as pessoas podem ter opiniões muito diferentes. Antes de o Governo formular propostas concretas ou avançar com decisões, deve procurar perceber verdadeiramente o que pensam as pessoas. Só assim o Executivo pode melhorar a forma como governa”, Chua defendeu.

O presidente do Conselho de Acção Social considera que a população de Hong Kong perdeu a confiança no Governo e acredita que o território vizinho vai voltar este domingo a ser palco de manifestações, mesmo que Carrie Lam anuncie esta tarde a decisão de “suspender” a discussão do diploma.

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