
Um grupo de antigos deputados e de antigos altos quadros do Governo de Hong Kong emitiram esta sexta-feira uma declaração conjunta em que instam a Chefe do Executivo da antiga colónia britânica, Carrie Lam, a retirar a proposta de lei da extradição. Os signatários exortam os secretários do Governo a demitirem-se em protesto caso a líder do Governo insista que o diploma tem obrigatoriamente que ser votado.
Entre os 22 signatários da declaração estão o antigo Secretário da Segurança, Peter Lai, o antigo presidente do Conselho Legislativo, Andrew Wong, a antiga Secretária Chefe, Anson Chan, a antiga Secretária para a Economia, Liz Bosher e o antigo deputado do Partido Liberal, Allen Lee.
Na carta conjunta, o grupo mostra-se profundamente entristecido com o que dizem ser a intenção do Governo de impôr a discussão da proposta de lei da extradição ao Conselho Legislativo, não obstante a controvérsia e a divisão social que o diploma suscitou na antiga colónia britânica.
Os signatários consideram que Carrie Lam se mantém “impassível”, ainda que um milhão de pessoas tenham saído à rua sob calor intenso para demonstrar a sua oposição à proposta. O grupo de 22 personalidades estranha ainda a falta de compaixão da Chefe do Executivo perante as fotografias e imagens de jovens ensanguentados a ser agredidos pelas forças de segurança.
“Estas são as futuras gerações de Hong Kong e devem ser acalentada. Como é que alguém com coração não fica magoado ao ver o tratamento que receberam?”, poder ler-se na declaração conjunta.
“Uma sociedade profundamente dividida, a preocupação da comunidade internacional … São estes os sacrifícios que têm que ser feitos para satisfazer a vontade da Chefe do Executivo? Que interesses públicos se servem com a votação apressada desta proposta de lei? Por que caminhos vai Hong Kong enveredar se a polícia continuar a responder com a força às exigências dos manifestantes?”, sustentam ainda os signatários.
A declaração conjunta insta Carrie Lam a “ceder à opinião pública” e a retirar a proposta de lei para que possa ser alvo de uma apreciação melhor fundamentada.
Os signatários da declaração sustentam que os secretários e os membros do Conselho Executivo também têm responsabilidades perante a população da antiga colónia britânica e devem aconselhar Lam a mudar de opinião, demitindo-se caso o repto seja ignorado.
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