Aveirenses Senza abrilhantam Arraial de São João

Depois de João Melo, de Sebastião Antunes e Quadrilha, chega a vez dos Senza. A banda aveirense vai estar no território para abrilhantar o arraial de São João no fim-de-semana de 22 e 23 de Junho. A dupla constituída por Catarina Duarte e Nuno Caldeira está a cumprir uma digressão internacional que deve levar o grupo ainda à Alemanha este Verão.

A dupla Senza está a cumprir uma digressão internacional e, depois do México, Bulgária e Espanha, deu este domingo a conhecer vários concertos em Portugal, em Macau e na Alemanha. O grupo traz ao arraial de São João, a 22 e 23 de Junho uma sonoridade muito própria, onde a música portuguesa se combina com os sons do mundo.

Originária de Aveiro, a dupla composta por Catarina Duarte e Nuno Caldeira reconhece que esta é a sua “’tournée’ mais preenchida até à data”, e tem beneficiado da promoção que entidades diplomáticas portuguesas e produtoras estrangeiras vêm proporcionando ao seu trabalho, enquanto projecto lusófono de ‘world music’, apostado em cruzar diferentes culturas.

Géneros como o jazz, a bossa nova e os ritmos africanos combinam-se com sonoridades evocativas da China, do Vietname e da Índia, por exemplo, num estilo que evolui ao ritmo das viagens dos dois músicos. Duarte e Caldeira já tinham carreira como ‘performers’ individuais antes de criarem este projecto:

“Em 2015 fizemos uma viagem na maior linha férrea do mundo, partindo de Portugal e seguindo sempre até Saigão, e, com tanto tempo a apreciar a paisagem pela janela, a experiência acabou por ser tão introspectiva que nos transformou um bocadinho”, revela Catarina Duarte à agência Lusa.

A viagem da China até à Tailândia, através do Vietname, Taiwan e Cambodja, foi depois a que decidiu o futuro dos dois artistas. “Foi essa viagem que deu origem aos Senza. Durou três meses, passávamos o tempo sobretudo a observar e a conversar com as pessoas. Um dia em Saigão, numa loja de música com ar condicionado, comprámos uma guitarra e, ao andar com ela pela rua, começaram a perguntar-nos se tocávamos”, conta Catarina.

Pouco depois os dois portugueses estavam a actuar em hotéis e, como recorda Nuno, “a trocar música por dormidas grátis”, até que perceberam: “O que queríamos mesmo era ser músicos a tempo inteiro, autores próprios, em vez de andarmos só a fazer ‘covers'”.

Senza foi o nome escolhido para o grupo, por ser também o nome do lamelofone dos percussionistas africanos de que Catarina e Nuno não prescindem nos seus temas. “Praia da Independência” viria a ser o título do primeiro álbum do duo, porque foi num areal do Sudeste asiático que ambos definiram os termos do seu novo projecto de vida e profissional.

A música, essa, “continua a soar muito mais à língua portuguesa do que aos destinos das viagens”, mas as letras reflectem sempre “o desejo de aventura, a sede de conhecer o mundo, as sensações que os contactos com outras culturas despertam”.

Quanto à digressão agora em curso, Catarina e Nuno assumem a satisfação de verificar que, embora internacional, a tournée lhes dá pela primeira vez “a oportunidade de tocar mais em Portugal”, considerando que, até 2018, a banda “seria mais conhecida no estrangeiro do que no próprio território nacional”.

O primeiro álbum dos Senza – “Praia da Independência” – foi lançado em 2016 e logo distinguido como Disco Antena 1. Seguiu-se em 2018 “Antes da Monção”, que, contando com a participação de músicos como Rão Kyao e Júlio Pereira, já motivou concertos em Portugal, Espanha, França, África do Sul, Namíbia, Zimbabué e Brasil.

Até meados de Setembro, a agenda da banda inclui espectáculos já este fim-de-semana, em Vila Nova de Milfontes e, logo no seguinte, na ilha da Madeira. Seguem-se duas actuações em Macau, depois novos concertos em Sesimbra, Silves, Guia, Faro, no Festival Bons Sons, Paredes e Paços de Arcos. Entretanto haverá ainda dois espectáculos nas ilhas Terceira e Santa Maria, nos Açores, e dois outros em Augsburgo, na Alemanha.

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