
A organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) pediu esta segunda-feira à União Europeia que exija ao Governo do Camboja a libertação de antigos membros da oposição. Representantes da União Europeia iniciaram hoje uma visita aquele país do Sudeste Asiático.
As autoridades cambojanas devem acabar imediatamente com o assédio aos antigos membros do partido da oposição e aos seus apoiantes, e a “União Europeia e outros financiadores do Camboja devem exigir que o Governo de Hun Sen liberte imediatamente todos os membros da oposição detidos arbitrariamente e restaure totalmente o CNRP como partido político”, pode ler-se num comunicado esta segunda-feira emitido pela Human Rights Watch.
No mesmo texto, a organização não-governamental pediu aos representantes da União Europeia que levantem sérias preocupações face à “repressão continuada” de que a oposição é alvo no país, no dia em que uma delegação da União Europeia chegou ao Camboja. Os representantes de Bruxelas seguem numa missão para que tem como objectivo avaliar o histórico de direitos humanos do Governo no âmbito dos privilégios comerciais do programa especial europeu “Tudo Menos Armas”. A iniciative prevê a isenção de taxas nas importações de países em desenvolvimento, à excepção das que taxam a venda de armamento.
“Durante 2019, as autoridades cambojanas emitiram pelo menos 147 intimações arbitrárias” judiciais e policiais contra ex-membros ou apoiantes do Partido do Resgate Nacional do Camboja (CNRP, na sigla em inglês), que foi dissolvido em 2017, denunciou a organização: “As intimações vistas pela Human Rights Watch não tinham detalhes legais, contendo apenas referências vagas a alegações de que a pessoa convocada pode ter violado a decisão do Supremo Tribunal que dissolveu o CNRP em Novembro de 2017”, acrescenta-se no comunicado. “Faz mais de um ano desde que uma decisão politizada do Supremo Tribunal transformou efetivamente o Camboja num Estado de partido único, mas o Governo ainda persegue ex-membros do partido da oposição por meio de interrogatórios policiais e intimações judiciais”, de acordo com o director da Human Rights Watch na Ásia, Brad Adams.
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