Árctico. Rússia é agressiva e China deve ser vigiada, diz Mike Pompeo

O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, afirmou esta segunda-feira que a Rússia está a comportar-se de forma agressiva no Ártico e que as acções da República Popular da China também precisam ser vigiadas atentamente. Os reparos de Pompeo chegam numa altura em que crescem as divisões entre as principais potências no que toca ao aquecimento global e ao acesso a recursos minerais na região.

De visita ao norte da Finlândia para um encontro em que marcaram presença os países que administram território no Árctico, Pompeo defendeu que a República Popular da China parece ter objetivos relacionados com a segurança nacional na região e que as actividades russas, incluindo a abertura  de novos canais de navegação entre a Ásia e o norte da Europa, merecem ser ponderado com maior atenção.

“Os Estados Unidos da América e as nações do Árctico querem acolher investimentos chineses transparentes que reflectem interesses económicos e não ambições de segurança nacional”, disse Pompeo num discurso.

São vários os países que têm vindo a reivindicar territórios ou a intensificar sua presença na região, como é o caso da República Popular da China. O degelo cria a possibilidade de se explorar grande parte do que resta das reservas mundiais de petróleo e gás que ainda não foram descobertos, para além de deixarem expostos grandes depósitos de minerais como o zinco, o ferro e os metais raros.

Pompeo defende que todos são bem-vindos para compartilhar a riqueza do Árctico, mas questionou as intenções quer de Moscovo, quer de Pequim, que vêm fortalecendo a sua presença na região:  “O Pentágono lembrou ainda na semana passada que a República Popular da China pode vir a usar a sua presença para fins de investigação no Ártico para fortalecer a sua presença militar, enviando inclusive submarinos à região”, disse o secretário de Estado norte-americano aos delegados que participaram na conferência, realizada em Rovaniemi, na Finlândia: “É preciso observar estas actividades atentamente, ter em mente a experiência de outros nações. O padrão de comportamento agressivo da República Popular da China em outras partes ºeé um indício de como a China tratará o Árctico”.

A Rússia também reforçou a  sua presença na região, reabrindo bases militares que foram encerradas depois da Guerra Fria e modernizando a sua poderosa Frota do Norte, com o propósito de salvaguardar os seus interesses.

O Conselho do Árctico é composto pelos Estados Unidos da América, pelo Canadá, pela Rússia, pela Finlândia, pela Noruega, pela Dinamarca e pela Islândia. As populações nativas da região também estão representadas no encontro.

Questões de natureza militar estão fora da alçada do Conselho do Ártico, mas os participantes já entraram, pelo menos verbalmente, em confronto: o jornal Washington Post noticiou que os Estados Unidos da América se recusam a assinar uma declaração final por discordarem do enunciado usado nas declarações relativas às alterações climatéricas.

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