Distância afasta turistas portugueses de Macau

O presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) defendeu na quarta-feira que a distância e o desconhecimento contribuem para o baixo número de turistas portugueses em Macau . Pedro Costa Ferreira defendeu a integração do destino Macau em roteiros asiáticos mais vastos.

“Portugueses a visitar Macau ainda não há muitos”, reconheceu o dirigente, justificando que a distância é “grande” e “há algum desconhecimento”.

Macau beneficia, até ao final do ano, do título de “Destino Preferido” da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo, tendo o certificado sido esta quarta-feira entregue em ambiente festivo à directora da Direcção dos Serviços de Turismo de Macau, Maria Helena de Senna Fernandes, na abertura da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL).

A atribuição do título resulta de um acordo entre o Turismo de Macau e a APAVT e consiste numa série de acções destinadas a contribuir para a promoção do território enquanto destino turístico.

Em declarações à agência Lusa, Pedro Costa Ferreira defendeu que a integração de Macau em viagens à Ásia seria uma mais-valia para o mercado emissor português, explicando que há dois factores que têm de se movimentar ao mesmo tempo. Por um lado, é imprescindível um maior esforço de Macau para se tornar visível junto do consumidor final e um maior conhecimento do destino por parte dos agentes de viagem que têm de se sentir “familiarizados”.

Macau é também o destino convidado desta edição da Bolsa de Turismo de Lisboa. O Governo investiu três milhões de patacas numa megaoperação de promoção turística para cativar mais viajantes portugueses, uma acção que Pedro Costa Ferreira espera que tenha continuidade: “Tudo tem de ter continuidade”, pois é assim que “as relações se vão fortalecendo”, declarou.

Questionado sobre se uma ligação aérea directa entre Portugal e a República Popular da China teria impacto no crescimento do turismo, o presidente da APAVT admite que as ligações directas são importantes, mas acrescentou que nos voos de longa distância para a Ásia, as conexões “são muito boas”: “Não nos devemos agarrar à sua inexistência [voos directos] para não desenvolver o destino. É muito razoável fazer o voo com uma escala”, opinou.

Quanto ao facto de a Capital Airlines – que operava os voos directos da República Popular da China para Lisboa, suspensos em Outubro de 2018 –  ter pedido para iniciar ligações diretas a Xi’an, o responsável da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo sublinhou que a companhia aérea terá “feito as suas contas e visto onde a rota era mais rentável”, acreditando que “pode ser uma boa solução”.

O secretário dos Assuntos Sociais e de Cultura, Alexis Tam, que durante uma semana vai estar entre Lisboa e Porto numa série de iniciativas de promoção turística e cultural, percorreu também a Bolsa de Turismo de Lisboa, assistiu a demonstrações de gastronomia macaense, dança e caligrafia chinesa no ‘stand’ de Macau, e voltou a centrar-se nas relações de amizade que unem Portugal e a República Popular da China.

Maria Helena de Senna Fernandes realçou, por seu lado, a importância dos operadores turísticos para levar mais visitantes a Macau, mas considerou também ser preciso “trabalhar em várias frentes”.

Os responsáveis pelas estratégias de promoção turística estudam “em profundidade” os seus mercados e abordam-nos com estratégias “diferenciadas”, salientou, garantindo ainda que a aposta em Portugal vai continuar: “Claro que nem todos os anos vamos fazer um ‘vídeo mapping’, mas vamos continuar a pensar em ideias criativas”, garantiu Senna Fernandes.

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