Brasil deve crescer 2,4 por cento em 2025, prevê Banco Mundial

Fotografia: Daniel Dan/Unsplash

O Banco Mundial divulgou, nesta terça-feira, estimativas que dão conta que a economia brasileira deverá crescer 2,4 por cento em 2025, enquanto que as projeções para 2026 são de 2,2 por cento. A América Latina e as Caraíbas deverão crescer 2,3 por cento este ano, um leve aumento em relação a 2024. A região deverá, porém, apresentar uma vez mais o pior desempenho regional do mundo.

A região das Caraíbas e da América Latina cresceu 2,2 por cento no ano passado. Na mais recente projecção para 2025, divulgada em Abril, o Branco Mundial prognosticava um crescimento de 2,1 por cento, dois décimos percentuais a menos do que ao abrigo da nova previsão Para 2026, o crescimento será de 2,5 por cento, de acordo com os cálculos actualizados da entidade.

Este ano “espera-se que a taxa de crescimento regional aumente ligeiramente”, explica a instituição. O Banco Mundial alerta, ainda assim, que “várias economias individuais deverão crescer menos do que o originalmente previsto”.

A Argentina destaca-se no contexto latino-americano, com uma projecção que dá conta de um crescimento da ordem dos 4,6 por cento, em comparação com – 1,3 por cento de 2024.

No cômputo das duas maiores economias da região, o Brasil perde fôlego (2,4 por cento em relação aos 3,4 por cento de 2024) e o México cresce 0,5 por cento: “As previsões reflectem, em parte, um ambiente externo que oferece apoio limitado, caracterizado por um arrefecimento da economia mundial, pela queda nos preços das commodities e por uma maior incerteza”, afirma o Banco Mundial. “As autoridades monetárias da região continuam a gerir a inflação de forma competente”, considera o Banco Mundial. A instituição realiza a sua assembleia geral na próxima semana, juntamente com o Fundo Monetário Internacional.

No entanto, “a última fase’ está a revelar-se mais longa e difícil do que o esperado”, indica o relatório.

A recém-nomeada vice-presidente do Banco Mundial para a região, Susana Cordeiro Guerra, destacou que, embora os governos da região “tenham guiado as suas economias através de crises repetidas e salvaguardaram,  ao mesmo tempo,  a estabilidade”, agora devem “acelerar as reformas”. “O ambiente externo continua complexo, com queda na procura global e nos preços das commodities, cuja previsão é de uma diminuição de cerca de 10 por cento em 2025 e mais 5 por cento em 2026, prejudicando sectores-chave”, acrescenta o Banco Mundial.

Ao nível de África

O Banco Mundial recomenda estimular o crescimento das empresas “transformadoras”, potencialmente mais ambiciosas que as microempresas familiares, que chegam a representar em alguns casos 70 por cento das economias nacionais.

As pequenas e médias empresas “gostam da flexibilidade, gostam da independência, algumas dizem que ganham mais, mas nenhuma delas planeia crescer. Não são estas as empresas que vão criar empregos e não são as empresas que vão trazer novas tecnologias para a região”, explicou à AFP o economista-chefe do Bando Mundial para a América Latina e as Caraíbas, William Maloney.

Na América Latina, “temos 30 por cento de empresas que dizem que querem crescer, mas não podem por falta de mão de obra qualificada”, detalhou o economista.

O impacto da inteligência artificial (IA) nesse cenário ainda não é preocupante no que diz respeito à região, de acordo com este especialista. Em termos de eliminação de postos de trabalho, “a resposta é que, a médio prazo, provavelmente não serão muitos”.

De acordo com Maloney, as universidades da região “não são particularmente produtivas em termos de novas invenções” e “não estão muito integradas com o sector privado”: “Estamos empatados com a África no grau de cooperação com os sectores privados. Isto, pura e simplesmente,  não pode continuar assim”, argumenta.

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