A metrópole tecnológica de Shenzhen, na região sudeste da República Popular da China, suspendeu parcialmente esta sexta-feira as restrições impostas devido ao surto de Covid-19 que afecta a cidade, especialmente no porto da cidade, vital para a economia chinesa.
A decisão da autarquia da cidade, com uma população de 17,5 milhões de habitantes, situada perto de Hong Kong, foi anunciada depois de o presidente Xi Jinping enfatizado na quinta-feira a necessidade de “minimizar o impacto” das medidas anti-covid para a economia chinesa.
Shenzhen, sede de milhares de fábricas das maiores empresas chinesas do sector de tecnologia, decretou no domingo um confinamento total após a detecção de casos de Covid vinculados ao surto pandémico em Hong Kong, com dezenas de milhares de casos diários.
Os transportes públicos podem retomar os serviços, assim como o governo e as actividades económicas, em cinco distritos da cidade, informou a prefeitura na quinta-feira à noite.
A transmissão do coronavírus foi contida nas cinco áreas, que representam quase metade do grande território da cidade, anunciou a prefeitura.
Entre os distritos envolvidos está o de Yantian, que tem um dos maiores portos do mundo, pelo qual transitam 10,5 por cento dos contentores usados no comércio exterior chinês.
A rápida flexibilização das restrições, em menos de uma semana, demonstra a preocupação das autoridades com as consequências económicas da estratégia “covid zero” aplicada há dois anos.
O presidente Xi Jinping ordenou na quinta-feira a manutenção da política para “travar o mais rápido possível a propagação da epidemia”, que regista o nível mais elevado de contágios na República Popular da China desde a primeira vaga da doença, iniciada no fim de 2019.
O chefe de Estado chinês também destacou a necessidade de “minimizar o impacto da epidemia no desenvolvimento económico e social”, algo que levou Pequim a estabelecer o menor objetivo de crescimento anual em 30 anos (5,5 por cento).
Graças a sua drástica estratégia sanitária, a China tem um balanço oficial de 125.000 contágios e menos de 5.000 mortes provocadas pela Covid-19. O último óbito registrado pela doença aconteceu em Janeiro de 2021.
Mas a variante ómicron coloca em perigo o sucesso da estratégia. Nesta sexta-feira, as autoridades anunciaram 4.365 casos em todo o país, 105 deles em Shenzhen.
Quase 60 por cento dos novos casos foram registados na província de Jilin, no nordeste do país, na fronteira com a Coreia do Norte.
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