Mais de 65 por cento dos bielorrussos votaram este domingo a favor das emendas à Constituição propostas pelo presidente do país, Alexander Lukashenko, anunciou a comissão eleitoral central da antiga república soviética.
A pergunta submetida a escrutínio referia-se à aprovação ou não das emendas, que permitiriam reforçar os poderes de Lukashenko, de 67 anos, que dirige a Bielorrússia com mãos de ferro desde 1994 e a certo ponto se denominou a si mesmo como “o último ditador da Europa”.
O referendo foi realizado no momento em que a vizinha Ucrânia é vítima de uma invasão russa. As negociações entre russos e ucranianos, anunciadas por ambos os lados, devem ocorrer na fronteira bielorrussa. Minsk equacionou durante o dia de domingo a possibilidade de o exército bielorusso também perpetrar uma incursão militar em território ucraniano.
“Um total de 65,16 por cento dos eleitores votaram a favor das emendas à Constituição da República da Bielorrússia”, anunciou na madrugada desta segunda-feira o presidente da comissão eleitoral central bielorrussa, Igor Karpenko, citado pelas agências de notícias russas. Outros 10,07 por ceto votaram contra.
A taxa de participação foi de 78,63 por cento, segundo a mesma fonte. Para serem aprovadas, as emendas precisavam receber mais de 50 por cento dos votos, e o referendo era considerado válido se houvesse a participação de mais de 50 por cento dos eleitores.
Entre as mudanças propostas estão a imunidade judicial vitalícia para os antigos presidentes e a introdução de um limite de dois mandatos presidenciais para os sucessores de Lukashenko.
A Constituição da Bielorrúsia previa que o país fosse uma “zona livre de armas nucleares”, mas esse artigo foi alterado na nova versão proposta por Lukashenko, que não descarta a implantação de armas nucleares russas.
O presidente bielorrusso foi reeleito em 2020, em eleições altamente criticadas, que provocaram protestos em massa duramente reprimidos.
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