Enchentes provocadas pela monção inundaram grande parte dos densamente povoados Estados do leste da Índia, forçando mais de 1 milhão de pessoas a dirigirem- se a abrigos improvisados, apesar do risco associados ao novo coronavírus, disseram as autoridades indianas esta quinta-feira.
As chuvas torrenciais anuais são cruciais para a agricultura no sul da Ásia, mas, neste ano, a Índia também está a braços com o novo o vírus, que já infectou 968.875 pessoas e matou 24.915, de acordo com as autoridades de saúde indianas.
As inundações mataram pelo menos 10 pessoas e feriram mais de 70 nos Estados de Assam, Bihar e Jharkhand, onde chuvas fortes deixaram milhares de localidades debaixo de água nas últimas 24 horas, enquanto as autoridades lutam para garantir o distanciamento social nos locais de resgate.
“Temos inundações com proporções mortais e, simultaneamente, estamos a combater uma pandemia que está a espalhar os seus tentáculos por toda parte”, disse à agência Reuters o ministro da Saúde de Assam, Hemant Biswa Sarma.
Numa altura em que a atenção do mundo está focada na crise nos Estados Unidos e na América do Sul, uma tragédia humana está a desenvolver-se rapidamente no sul da Ásia, disse John Fleming, da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho: “A Covid-19 está a espalhar-se a um ritmo alarmante no sul da Ásia, lar de um quarto da humanidade”, afirmou Fleming, chefe de saúde do grupo na região Ásia-Pacífico, referindo-se à doença respiratória contagiosa.
“A Índia deverá chegar a 1 milhão de infecções nos próximos dias.”
As autoridades disseram que extensas áreas do Parque Nacional Kaziranga, em Assam, ficaram submersas. As enchentes mataram pelo menos 50 animais selvagens, enquanto que alguns rinocerontes se espalharam pelas aldeias, aumentando os riscos que as equipes de resgate e resgate enfrentam.
Património Mundial da Unesco, o Parque serve de casa a dois terços da população mundial de rinocerontes de um chifre.
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