
Treze activistas e dirigentes de movimentos pró-democracia da vizinha Região Administrativa Especial de Hong Kong compareceram esta segunda-feira em tribunal, acusados de terem organizado uma manifestação não autorizada em comemoração do 31.º aniversário do Massacre da Praça da Paz Celestial.
Entre os acusados estão personalidades como Jimmy Lai, proprietário do jornal Apple Daily News e crítico acérrimo do Partido Comunista, bem como os activistas veteranos Lee Cheuk-yan e Albert Ho, para além do jovem Figo Chan.
Interrogado pelo tribunal sobre se entendeu as acusações que lhe são feitas, Lee referiu as centenas de pessoas mortas na Praça Tiananmen, em Pequim, na noite de 3 para 4 de Junho de 1989, quando os tanques do exército foram enviados para pôr fim a sete semanas de contestação: “Isto é perseguição política”, considerou o antigo deputado.
No início do mês passado, centenas de residentes da vizinha Região Administrativa Especial desafiaram a proibição de ajuntamento decretada pelas autoridades devido ao novo coronavírus e decidiram dinamizar a tradicional vigília em memória das vítimas da Praça de Tiananmen.
Nos últimos anos, a iniciativa adquiriu particular relevância face ao crescente número de cidadãos da antiga colónia britânica que se opõem à influência crescento do Partido Comunista e do Governo Central.
A vigília foi este ano proibida pelas autoridades, pela primeira vez em mais de três décadas. As autoridades invocaram medidas de distanciamento físico, para evitar a propagação de covid-19.
A decisão não impediu que milhares de pessoas acendessem velas no Parque Victoria, como em muitos outros bairros da cidade. A polícia anunciou mais tarde que tinha prendido 13 activistas que participaram no certame. Os treze foram hoje formalmente acusados de “incitarem” uma manifestação ilegal, crime punível com até cinco anos de prisão.
Muitas outras figuras do movimento pró-democracia são alvo de processos, por participação nas manifestações que abalaram Hong Kong no ano passado.
Em 30 de Junho, Pequim impôs uma lei de segurança nacional no território, visando punir crimes de subversão, secessão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras.
Leave a Reply