A República Popular da China não respondeu este sábado ao anúncio, feito na véspera pelo president norte-americano Donald Trump sobre o país asiático num contexto de crescentes tensões. A imprensa de Pequim ignorou a posição de Washington face a Hong Kong, mas destacou a violência em Minneapolis.
Na sexta-feira, o presidente dos Estados Unidos da América anunciou, em tom firme mas sem revelar detalhes, que o país suspenderia a entrada no seu território de cidadãos chineses que possam representar um “risco” para a segurança do país.
Trump também pediu ao Governo norte-americano que acabe com os benefícios fiscais concedidos a Hong Kong no âmbito da relação especial que a antiga colónia britânica mantinha até agora com os Estados Unidos da América, para denunciar a polémica lei sobre a segurança nacional que Pequim tenciona impor na vizinha Região Administrativa Especial.
As medidas foram anunciadas numa altura de crescentes tensões entre Washington e Pequim. A China foi por mais do que uma vez acusada pelo presidente norte-americano de ser responsável pela propagação do novo coronavírus. A China não fez nenhum comentário sobre as duas medidas.
O jornal Global Times, no entanto, criticou a “conferência de imprensa repleta de mentiras” sobre Hong Kong num editorial publicado em chinês e em inglês.
A publicação foi uma das poucas que destacou o tema, enquanto a maior parte dos meios de comunicação oficiais centrou atenções na violência que tomou de assalto a cidade de Minneapolis, após a morte de um homem negro durante uma operação policial.
O canal público CCTV dedicou a abertura e grande parte de seu telejornal da tarde de sábado ao tema. A agência estatal Xinhua ressalta a “divisão racial que continua a abalar a sociedade americana”.
Na rede social Weibo, porém, as restrições de vistos para estudantes chineses anunciadas por Donald Trump suscitaram revolta.
“A força dos Estados Unidos vem da capacidade que tem para atrair quadros qualificados e, mais cedo ou mais tarde, acabarão por sofrer”, afirmou um utilizador do Weibo. “Hoje em dia ninguém quer viajar para os Estados Unidos”, defendeu outro.
No discurso que proferiu, o presidente dos Estados Unidos da América não revelou detalhes sobre o alcance exacto da decisão e sobre o número de estudantes que poderiam vir a ser afectados.
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