
O Vaticano reúne grandes empresas de Silicon Valley, prémios Nobel e especialistas em tecnologia a partir desta sexta-feira para debater o uso ético da tecnologia digital. O certame pode fornecer material para uma possível encíclica papal sobre inteligência artificial.
A conferência de três dias, que representantes do Vaticano afirmam ser a primeira do tipo, conta com a presença de executivos de companhias como o Facebook, Mozilla e Western Digital, estudiosos católicos de ética, reguladores governamentais e executivos de bancos de investimento: “A indústria de tecnologia… Dá-se ao luxo de pensar que qualquer produto que criar será para o bem comum”, disse Mitchell Baker, presidente da Mozilla. “O motivo pelo qual pensamos assim é porque a liberdade ou expressão humana estão sempre embutidos na tecnologia que sai de Silicon Valley e que todos consideram como boa”, afirmou.
A reunião ocorre numa altura em que uma emerge uma crescente preocupação com fenómenos como a ciberespionagem, a propagação de discursos de ódio através de plataformas digitais e o uso indevido de dados privados, além do aparecimento de sinais de que a indústria está a ter dificuldades em responder a estes e a outros desafios.
As autoridades do Vaticano afirmam que a conferência poderá fornecer material para uma possível encíclica papal, ou carta do papa aos católicos, sobre inteligência artificial, assim como no passado reuniões com cientistas ajudaram o Papa Francisco a escrever a encíclica de 2015 “Laudato Si” sobre a protecção do meio ambiente e o aquecimento global.
O papa Francisco vai fazer um pronunciamento na conferência na sexta-feira: “Muitas pessoas que trabalham com inteligência artificial estão apostadas em desenvolver esta tecnologia de maneira ética”, disse o bispo Paul Tighe, secretário do Conselho para Cultura do Vaticano. “Queremos que ela seja “inteligência artificial para o bem”, acrescentou.
Leave a Reply