
A Associação de Futebol de Macau anunciou esta quarta-feira o adiamento da segunda ronda da edição de 2019 da Taça de Macau, agendada para domingo. A notícia é avançada pela emissora em língua chinesa da Rádio Macau, que adianta ainda que o organismo que tutela a modalidade na RAEM vai investigar o desafio entre o Ka I e o Hang Sai, disputado no domingo no Estádio do Canídromo.
A partida foi disputada a ritmo não competitivo por ambas as equipas e terminou com um triunfo atípico do Ka I por 21-18, no que se revelou ser um gesto de protesto dos atletas de ambas as equipas contra a decisão, tomada pela Associação de Futebol de Macau, de não disputar a segunda mão da pré-eliminatória de qualificação para a campanha de apuramento para o Campeonato do Mundo de Futebol de 2022.
Esta quarta-feira, o organismo liderado por Chong Coc Veng anunciou a criação de um Comité de Supervisão Técnica que vai investigar de forma aprofundada os contornos da partida. O organismo vai analisar o relatório do árbitro, o vídeo do jogo e vai convocar os futebolistas que disputaram o desafio para que prestem depoimentos individuais. A Taça da Associação de Futebol de Macau só deve ser reatada depois de concluída a investigação do Comité de Supervisão Técnica, de acordo com a Ou Mun Tin Toi.
O treinador do Hang Sai disse à TDM após o encontro que os atletas não ficaram satisfeitos com a decisão da Associação de Futebol de retirar a selecção da campanha de qualificação para o Mundial 2022 e que utilizaram o encontro como expediente para tornar público o seu descontentamento: “Conceberam a sua própria forma de expressar os seus pensamentos. Tanto eu, como o clube temos de respeitar isso”, assumiu o técnico.
Depois do caso ter ganho repercussões internacionais, os dois clubes anunciaram, em declarações à BBC, a abertura de averiguações internas com o propósito de averiguar os contornos do protesto. À BBC, a direcção do Hang Sai disse ter sido apanhada de surpresa pelo comportamento dos atletas: “O incidente foi totalmente inesperado”, disseram os dirigentes do emblema. “O clube nunca discutiu com a equipa, nem com nenhum dos jogadores este tipo de comportamento e tão pouco lhe deu aval”, reitera a equipa.
Num comunicado emitido na segunda-feira, o Ka I – que não contou com o treinador Josecler no banco, nem com o habitual guarda-redes na baliza – pediu desculpa pelo comportamento dos atletas, garantindo que não estava ao corrente do plano gizado pelo plantel.
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