Mães de Hong Kong lançam petição contra comentários de Carrie Lam

Dezenas de milhar de pessoas assinaram uma petição criada por um grupo de “mães de Hong Kong” que se insurgiram contra a analogia utilizada por Carrie Lam em que a Chefe do Executivo da antiga colónia britânica se compara a si própria e aos manifestantes que protestam contra a lei da extradição a uma mãe e a um filho mimado.

Lam disse na quarta-feira, numa entrevista exclusiva concedida à TVB, que se cedesse cada vez que o seu filho lhe faz exigências, a criança crescerá mimada e sem sentido de responsabilidade. A líder do Governo da RAEHK insinua que, mais tarde ou mais cedo, o filho lhe iria pedir explicações por ter sido uma mãe negligente.

No texto da petição, Carrie Lam é fortemente criticada pela aparente falta de compaixão da Chefe do Executivo de Hong Kong: “Somos um grupo de mães de Hong Kong e de forma alguma utilizaríamos gás pimenta, balas de borracha e munições anti-motim contra as nossas próprias crianças. Também não conseguiríamos ficar impassíveis se víssemos jovens cobertos de sangue depois de terem sido agredidos a cacetete pelas forças policiais”.

As responsáveis pela petição referem-se ao recurso ao uso da força contra manifestantes no exterior do LegCo na quarta-feira. A carga policial deixou mais de sete dezenas de feridos, 22 dois quais são agentes das forças de segurança.

Até ao final da tarde de quinta-feira, e de acordo com a RTHK – a emissora pública de radiodifusão de Hong Kong – mais de 30 mil pessoas tinham assinado a petição, menos de um dia depois do documento ter sido colocado a circular na Internet.

Do grupo “de mães de Hong Kong” responsáveis pela iniciativa fazem parte as advogadas Linda Wong e Debora Poon, bem como as professoras universitárias Eva Chan e Susanne Choi.

A petição insta Carrie Lam, enquanto “líder da cidade e servidora do povo” a adiar ou a deixar cair a proposta de lei que tem estado no centro do turbilhão político em que está mergulhada a vizinha Região Administrativa Especial de Hong Kong.

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