Uma marcha para a história. Um milhão na rua em Hong Kong

Mais de um milhão de pessoas terão saído à rua este domingo em Hong Kong para contestar a lei de extradição que o Executivo liderado por Carrie Lam entregou ao Conselho Legislativo para aprovação. O número foi este domingo avançado à imprensa da vizinha RAEHK pelos organizadores do protesto.

A fasquia avançada pela Frente Civil para os Direitos Humanos constitui o dobro do número de manifestantes daquele que era até hoje o maior protesto de sempre na antiga colónia britânica. Em 2003, meio milhão de pessoas saíram à rua para contestar a discussão, por parte do Conselho Legislativo, do polémico Artigo 23. O Executivo, à época liderado por Tung Chee-hwa, acabou por recuar.

As forças de segurança da RAEHK avançam, no entanto, com um número muito mais conservador. De acordo com a polícia, no pico do protesto, estariam na rua cerca de 240 mil manifestantes.

A multidão que este domingo se derramou pelas artérias do centro de Hong Kong era tamanha que o protesto saiu meia hora mais cedo do que o previsto do Victoria Park. A afluência obrigou a empresa responsável pela gestão do metropolitano a adoptar medidas de gestão de multidões e a ordenar que as composições não parassem em algumas das estações onde as concentrações eram maiores.

Os últimos manifestantes só conseguiram sair de Victoria Park por volta das sete da tarde, quatro horas e meia após o início do protesto, explica a RTHK, a empresa pública de radiodifusão da vizinha RAEHK.

Houve alguns momentos de tensão ao longo da caminhada. Descontentes com o progresso da marcha, alguns manifestantes ignoraram os avisos da polícia e derrubaram as barricadas que separavam as vias de circulação em Hennessy Road. A polícia acabou por se ver obrigada a permitir que os manifestantes ocupassem a artéria em toda a sua magnitude.

Por volta das nove da noite eram ainda milhares os que chegavam à área que rodeia a Legco, para onde estava marcado o termo do protesto. Munida de megafones, a polícia exortou os manifestantes a dispersar para que os que se entravam ainda a caminho pudessem completar o protesto.

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