
O presidente da Confederação Internacional das Misericórdias, Manuel de Lemos, manifestou esta segunda-feira, na sessão de abertura do Congresso Internacional das Misericórdias, “a disponibilidade institucional” do organismo a que preside para se constituir como “o braço social” do projecto “Uma Faixa, uma Rota”.
Macau recebe até quarta-feira cerca de duas centenas de representantes de misericórdias de países como Portugal, o Brasil, São Tomé e Príncipe, Itália, França ou Moçambique. A XII edição do Congresso Internacional das Misericórdias, a primeira organizada no continente asiático, é o ponto alto das comemorações dos 450 anos da Santa Casa da Misericórdia. Mais do que celebrar o passado, considera Manuel de Lemos, a dinamização do Congresso no território deverá ajudar a perspectivar o futuro da rede mundial de Misericórdias: “Macau poderia e deveria, porque tem a capacidade e o sabe fazer, ser o “pivot” e o dinamizador deste movimento nesta região do mundo, assim participando na área social, na nova Rota da Seda que o Presidente da República Popular da China, Xi Jinping, lançou, assente naquilo que, ele próprio, qualificou como “uma parceria voltada para o futuro”. Aqui fica o repto e a nossa disponibilidade institucional e pessoal para participar nessa parceria”, assumiu o dirigente, no discurso de abertura da iniciativa. O XII Congresso Internacional das Misericórdias decorre até quarta-feira, subordinado ao tema “O papel das políticas Sociais e de Saúde na protecção à infância, juventude e envelhecimento”.
Aplaudida por Manuel de Lemos, a longevidade da Santa Casa da Misericórdia de Macau é vista como exemplar pelo presidente da Confederação Internacional, num continente onde chegaram a operar quase meia centena de instituições similares. O dirigente deixa um repto à irmandade da Santa Casa no território, a de impulsionar a reabilitação de algumas das Misericórdias asiáticas que não resistiram à erosão do tempo: “Se me fosse permitido colocar um desafio suplementar à Santa Casa, arriscaria que seria do maior interesse perceber se, alguma dessas 50 Misericórdias que os portugueses fundaram no passado, ainda funciona e se valeria a pena refundar algumas ou animar outras onde as comunidades estivessem abertas aos nossos valores e à nossa Missão”, sustenta Manuel de Lemos.
As instalações da Santa Casa da Misericórdia de Macau foram, no início do mês, a primeira paragem do Presidente da República de Portugal na breve visita que fez ao território. Menos de duas semanas depois, Marcelo Rebelo de Sousa voltou a associar-se à celebração dos 450 anos da instituição, ao enviar uma mensagem de congratulações que foi lida antes da cerimónia de abertura do Congresso.
Também o Secretário Geral da Organização das Nações Unidas se associou às celebrações. Numa breve mensagem de vídeo, António Guterres sublinhou o espírito de “fraternidade universal” inerente ao trabalho desenvolvido pelas Misericórdias de todo o mundo.
“Só para a ouvir, ver e ler [a mensagem de António Guterres] value a pena vir a Macau porque nunca antes as Misericórdias tiveram uma tão grande atenção de um líder mundial. Uma Declaração do Secretário Geral das Nações Unidas sobre as Misericórdias num Congresso realizado na China é algo que ultrapassa tudo quando poderíamos legitimamente esperar”, reconhece Manuel de Lemos.
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