O escândalo de falsificação de diplomas escolares que, no Verão, abalou Hong Kong estendeu-se agora a Macau, onde foram detectados 26 casos de falsificação do Diploma de Frequência do Ensino Secundário de Hong Kong (HKDSE), utilizados por candidatos a universidades locais. Trata-se da primeira vez que são detectados no território casos de fraude académica envolvendo diplomas da vizinha região administrativa especial.
A vaga de falsificações de diplomas escolares que no Verão esteve na origem de pelo menos duas detenções em Hong Kong chegou agora a Macau, depois de 26 credenciais falsas do Diploma de Frequência do Ensino Secundário de Hong Kong (HKDSE, Hong Kong Diploma of Secondary Education na designação original) terem sido identificadas por instituições de ensino terciário do território. É a primeira vez que casos concretos de fraude académica envolvendo certificados HKDSE são identificados na RAEM.
As instituições de ensino superior de Macau, que aceitam em grande parte os resultados do HKDSE para admissão, foram alertadas para potenciais discrepâncias após a condução de verificações de rotina junto da Autoridade de Exames e Avaliação de Hong Kong (HKEAA). A HKEAA, no entanto, não confirmou publicamente a falsificação dos registos e afirma que os resultados da verificação permanecerão confidenciais, partilhados apenas com as instituições de ensino ou com empregadores relevantes, adianta o portal noticioso DimSum Daily.
Indagações conduzidas pela imprensa junto da Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude de Macau não produziram dados adicionais, embora as autoridades locais tenham reconhecido estar conscientes do problema. Esta preocupação motivou duas reuniões este ano, centradas na salvaguarda da integridade académica e no desígnio de impedir que estudantes envolvimentos em procedimentos fraudulentos se infiltrem nos campus locais.
O director da Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude, Kong Chi-meng presidiu a uma reunião em Julho deste ano que se centrou na então recente descoberta de documentos fraudulentos utilizados para admissão em universidades de regiões vizinhas. Durante o encontro, os responsáveis pela DSEDJ lembraram que, durante muitos anos, Macau proibiu as instituições de ensino superior de utilizar agências intermediárias para recrutar estudantes da China continental.
A 10 de Setembro, a Direcção conduziu uma reunião de troca de verificação de credenciais, na qual participaram representantes de dez instituições de ensino superior. Durante a reunião, as autoridades locais discutiram métodos para verificar as credenciais académicas, apresentaram bases de dados de vários departamentos de educação e muito mais. Várias instituições manifestaram também os seus planos de utilizar plataformas oficiais para verificar credenciais, receber directamente currículos internacionais e resultados de exames públicos, bem como adicionar entrevistas ou testes escritos ao processo de seleção para avaliar o nível dos alunos.
A Universidade de Macau, juntamente com outras instituições, adere a critérios de admissão semelhantes aos das universidades de Hong Kong, exigindo médias mínimas de acesso em disciplinas seleccionadas. A descoberta de certificados falsos levou a um maior escrutínio e à definição de planos de acção imediatos, incluindo o potencial cancelamento de matrículas e anulação de diplomas para estudantes que possam ter recorrido a documentos falsificados.
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