As 132 pessoas que seguiam a bordo do avião que caiu numa montanha no sul da China esta semana foram confirmadas como mortas, informou a autoridade de aviação civil do país no sábado.
Dezenas de familiares das vítimas aguardavam há dias por uma confirmação oficial, enquanto as equipas de resgate procuravam destroços do avião e sinais de sobreviventes do desastre de segunda-feira nas encostas florestadas perto da cidade de Wuzhou, na província de Guangxi.
Embora nenhuma causa tenha sido determinada, dados de rastreamento online mostraram que o avião caiu rapidamente, em pouco mais de um minuto, de uma altitude de cerca de 8.900 a 2.400 metros.
“Os 123 passageiros e nove tripulantes do voo MU5735 da China Eastern morreram a bordo do aparelho a 21 de Março”, disse Hu Zhenjiang, vice-director-geral da Administração de Aviação Civil da China, numa conferência de imprensa.
“A identidade de 120 vítimas foi determinada por identificação de DNA”.
Após o anúncio, Hu e os jornalistas reunidos fizeram um minuto de silêncio pelas vítimas da tragédia.
Autoridades de aviação confirmaram anteriormente que encontraram uma caixa preta que acreditavam ser o gravador de voz da cabine, o que deve fornecer pistas importantes sobre a causa do acidente.
O jacto atingido, um Boeing 737-800, estava equipado com dois gravadores: um na cabine de passageiros traseira, que rastreava os dados do voo, e um gravador de voz da cabine.
As equipes de resgate ainda estão à procura de outro gravador.
Este é o acidente de avião mais mortal da China em quase 30 anos.
A China Eastern tinha dito anteriormente que o avião, que tinha quase sete anos, atendia a todos os requisitos de aeronavegabilidade antes do voo.
Após o incidente, a empresa lançou uma revisão de segurança, fazendo pousar todos os 223 de seus aviões Boeing 737-800 para verificações.
O desastre provocou uma resposta pública excepcionalmente rápida do presidente Xi Jinping, que ordenou uma investigação sobre a sua causa. Já as autoridades de aviação prometeram um extenso check-up de duas semanas da vasta frota de passageiros da China.
A mensagem espalhou-se por todos os sectores. Um aviso do Conselho de Estado e do Ministério de Gestão de Emergências, divulgado na quarta-feira, pediu que as indústrias em geral “retifiquem os possíveis riscos de segurança”.
O acidente afecta o regresso ao activo do 737 MAX da Boeing na China, o último grande mercado onde a fabricante de aviões americana ainda aguarda aprovação para retomar os voos após acidentes na Indonésia e na Etiópia que mataram 346 pessoas em 2018 e 2019.
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