Ucrânia rejeita modelo de neutralidade sueco e austríaco

A Ucrânia reivindicou nas negociações com a Rússia, sobre o estabelecimento da neutralidade para o país, um modelo próprio, que não tenha por base os modelos da Áustria e da Suécia. Ambos os países contam com exército, mas não fazem parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).

“O modelo de neutralidade da Ucrânia só pode ser ucraniano”, garantiu esta quarta-feira Mikhail Podoliak, assessor do gabinete do presidente Volodymyr Zelensky, que integra a delegação que está a estabelecer conversações com Moscovo, segundo indicou a agência de notícias Interfax-Ukraine.

O representante de Kiev referiu-se às declarações feitas anteriormente pelo chefe da delegação russa, Vladimir Medinsky, que disse estar na mesa a possibilidade da Ucrânia se tornar num estado neutro e desmilitarizado, como a Áustria e a Suécia: “Entendemos a tentativa da outra parte de continuar a ser o lado pró-activo no processo de negociação, daí as palavras sobre os modelos de neutralidade sueco ou austríaco”, afirmou Podoliak. “Mas, a Ucrânia está agora num estado de guerra directa com a Federação Russa. Portanto, o modelo a seguir só pode ser o ucraniano e apenas sobre garantias de segurança verificadas legalmente. Não há outros modelos ou opções”, completou o assessor.

Isso significa também que Kiev precisa de “garantias de segurança absolutas” por parte da Rússia, que começou a invasão ao país vizinho no passado dia 24 de Fevereiro.

Podoliak defendeu a assinatura de um acordo “efectivo” e não apenas “protocolar”, o que “significa que as garantias de segurança não fiquem de lado, caso aconteça um novo ataque à Ucrânia, como está a acontecer hoje”: “A Ucrânia já não quer depender de procedimentos burocráticos que permitam ou não fechar o céu para se defender dos mísseis de cruzeiro. Precisamos de garantias directas e rígidas de que o céu será fechado efectivamente”, disse o assessor.

Por fim, Podoliak lembrou que o país não atacou, nem planeou atacar vizinhos, como fez a Rússia, “por isso, a Ucrânia quer ter um grupo de aliados realmente poderoso, com garantias de segurança claramente definidas”.