A Holanda pediu, na quinta-feira, formalmente desculpas por recorrer à “violência sistemática e extrema” durante a guerra que resultou na independência da Indonésia, entre 1945 a 1949. A estratégia holandesa para impedir que as então Índias Orientais Holandesas alcançassem a independência foi agora revelada por um novo estudo.
A investigação, realizada por especialistas de ambos os países, mostrou que as forças holandesas queimaram aldeias e realizaram detenções em massa, fizeram uso da tortura e de execuções para reprimir as forças anti-coloniais.
“Em nome do governo holandês, ofereço as minhas mais profundas desculpas ao povo indonésio pela violência sistemática e extrema perpetrada pelo lado holandês durante esses anos”, disse o primeiro-ministro Mark Rutte, numa conferência de imprensa em Haia.
Durante décadas, Haia admitiu apenas que os episódios de violência extrema durante a guerra de independência da Indonésia foram de natureza excepcional e negou uma abordagem sistemática.
O rei Willem-Alexander pediu desculpas em 2020 por actos de “violência excessiva”, mas esta é a primeira vez que o governo reconhece a natureza deliberada e sistemática de tais brutalidades.
O estudo também indica que “a grande maioria dos que ocupavam cargos de responsabilidade no lado holandês – políticos, oficiais, funcionários públicos, juízes, etc. – estava ou poderia estar ciente” de todas essas brutalidades.
Os holandeses dominaram o arquipélago indonésio, então conhecido como Índias Orientais Holandesas, por 300 anos. Um tribunal holandês determinou em 2015 indemnizações às viúvas e filhos de combatentes indonésios executados pelas tropas coloniais.
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