Um tribunal da junta militar que governa o Myanmar condenou, na segunda-feira, Aung San Suu Kyi a quatro anos de prisão por três acusações, numa das várias acções judiciais de que a governante deposta é alvo.
Uma fonte disse à AFP que a líder de 76 anos foi considerada culpada de duas acusações por suposto contrabando de dispositivos de comunicação de rádio
(walkie-talkies) e outra por desobedecer às regras sanitárias ligadas ao coronavírus.
O caso dos walkie-talkies teve origem quando os militares invadiram a sua casa no dia do golpe e supostamente encontraram o equipamento contrabandeado.
A sentença desta segunda-feira soma-se às proferidas em Dezembro, quando a líder pró-democracia foi condenada a quatro anos por incitação e por desrespeitar as regras de saúde devido ao coronavírus durante a sua campanha eleitoral.
O chefe da junta militar, Min Aung Hlaing, comutou a sentença para dois anos e disse que a Prémio Nobel da Paz podia cumprir a pena em prisão domiciliar na capital Naipyidaw.
O Comité Nobel norueguês, que concede o Prémio Nobel da Paz, considerou a condenação de segunda-feira como um “veredicto político”: “O último veredicto contra Aung San Suu Kyi é um veredicto político”, disse o presidente do Comité do Nobel, Berit Reiss-Andersen, em declarações à Agência France Press.
“Aung San Suu Kyi continua sendo a ser a combatente mais proeminente na luta pela democracia no Myanmar. O Comité do Nobel está profundamente preocupado com a sua situação”, acrescentou.
Suu Kyi está detida desde 1 de Fevereiro de 2021, quando o seu governo foi derrubado por um golpe que colocou fim à breve experiência democrática no país asiático.
O golpe gerou descontentamento geral, mas as forças de segurança reprimiram as manifestações com prisões em massa e violência que deixou mais de 1.400 civis mortos, de acordo com um grupo de monitorização local.
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