Número de bilionários dispara na República Popular da China

A  República Popular da China nunca teve tantos bilionários, não obstante o impacto da pandemia que sacode a economia global. O país ultrapassa agora os seus rivais mais próximos, incluindo os Estados Unidos, de acordo com um ranking publicado na terça-feira.

A República Popular da China foi o primeiro país a ser afectado, no final de 2019, pelo novo coronavírus, que paralisou sua economia, mas também foi o primeiro a  recuperar e a voltar a registar crescimento.

E apesar de ter adoptado medidas de confinamento sem precedentes que afundaram a actividade económica no início de 2020, no ano passado a China viu o seu número de bilionários aumentar, de acordo com o ranking anual da consultora Hurun.

O gigante asiático somou 253 novos bilionários e domina amplamente o ranking mundial, com um total de 992 super-ricos. Os cálculos incluem a cada vez menos autónoma Hong Kong.

O tamanho do clube de bilionários da China quase dobrou nos últimos cinco anos, num contexto de alta nos mercados de acções e uma enxurrada de novos IPOs.

Em números, os Estados Unidos são o segundo país com mais bilionários (696). No ano passado, 70 novos bilionários integraram o clube.

As três maiores fortunas continuam, porém, a ser americanas e francesa: 197 mil milhões de dólares para Elon Musk, fundador da Tesla, à frente de Jeff Bezos (Amazon) e do francês Bernard Arnault (LVMH).

A Índia é o terceiro país do mundo com o maior número de bilionários (177).

O homem mais rico da China é o empresário do sector de água engarrafada Zhong Shanshan, que há um ano nem sequer estava entre as 100 pessoas mais ricas.

A sua fortuna está avaliada em 85 mil milhões de dólares, depois da sua sua empresa Nongfu Spring ter aberto o seu capital no ano passado.

Pela primeira vez na história do ranking Hurun, as maiores fortunas da China não estão vinculadas ao mercado imobiliário, um sector no qual o crescimento do país se baseia há muito tempo.

Os executivos da Tencent (internet e videogame) e da ByteDance (dona do app de vídeos TikTok) estão em segundo e terceiro lugar, respectivamente.

Jack Ma, do Alibaba, que durante muito tempo ocupou o primeiro patamar do pódio, caiu para a quarta posição, com uma fortuna estimada em 55 mil milhões de dólares.

No geral, a China lidera a criação de riqueza mundial, de acordo com o relatório Hurun, acrescentando 490 novos bilionários nos últimos cinco anos, em comparação com os 160 adicionados pelos EUA.

O presidente do Hurun Report, Rupert Hoogewerf, sublinhou que mesmo com o caos pandémico, o ano passado registou o maior aumento de riqueza da década devido a novos IPOs e mercados de acções em expansão: “A Ásia tem, pela primeira vez em talvez centenas de anos, mais bilionários do que o resto do mundo combinado”, acrescentou.

O relatório também sinalizou uma mudança em Hong Kong, apontando que os empresários da cidade agora estão a “diminuír” face aos seus colegas no continente. Apenas três magnatas de Hong Kong estão entre os 50 maiores da China.

Seis das dez maiores cidades do mundo com a maior concentração de bilionários estão agora na China, com Pequim no topo da lista pelo sexto ano consecutivo.

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