
A sul-coreana Yoo Myung-hee deixou esta sexta-feira a corrida para liderar a Organização Mundial do Comércio (OMC), anunciou Seul, abrindo caminho para que a nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala se torne a primeira mulher e a primeira africana à frente desse organismo.
A ministra sul-coreana do Comércio, de 53 anos, consultou os Estados Unidos – seu principal apoiante – e outros países importantes e “decidiu renunciar à sua candidatura”, disse o Ministério do Comércio sul-coreano num comunicado.
O processo para designar o sucessor do brasileiro Roberto Azevêdo estava paralisado desde Outubro, quando os embaixadores da OMC privilegiaram a candidatura da nigeriana, uma opção que contava com a oposição dos Estados Unidos, então liderados por Donald Trump.
O responsável pela OMC costuma ser escolhido por consenso, o que paralisou o processo. Os observadores sugeriram que os Estados Unidos estavam a pressionar a Coreia do Sul, onde tem 28.500 soldados destacados para defender o país da ameaça da Coreia do Norte, para que mantivesse a candidatura de Yoo.
A decisão de Seul de retirar a candidatura ocorre duas semanas depois de o democrata Joe Biden ter assumido o poder na Casa Branca.
Entre as principais tarefas da próxima directora da Organização Mundial do Comércio está a reforma da organização, considerada necessária antes mesmo da eclosão da pandemia de Covid-19, num contexto de negociações paralisadas e de tensões entre Washington e Pequim.
Durante o governo Trump, os Estados Unidos da América também ameaçaram deixar a organização e paralisaram o tribunal de recurso do organismo, impedindo a resolução de controvérsias.
Okonjo-Iweala, 66, foi a primeira nigeriana a dirigir os Ministérios das Finanças e dos Negócios Estrangeiros, foi directora de Operações do Banco Mundial e, recentemente, liderou um programa da Organização Mundial da Saúde (OMS) para combater a Covid-19.
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