Cientistas descobrem novo recife de coral na Austrália

Uma equipa internacional de cientistas co-liderada pela Universidade de Granada  descobriu um novo recife de coral na Grande Barreira da Austrália, o primeiro em 120 anos. O investigador da Universidade de Granada, Ángel Puga, é um dos responsáveis de uma investigação geológica e biológica que se desenvolve nas águas da Grande Barreira de Coral da Austrália, o maior recife de coral do mundo.

Este é um projecto que envolve geólogos, biólogos e ecologistas marinhos de diferentes universidades e centros de investigação australianos e que irá continuar o trabalho com o navio oceanográfico R7V Falkor até 17 de Novembro, segundo informou a Universidade de Granada em comunicado.

A equipa de Puga, do Departamento de Estratigrafia e Paleontologia de Granada, adaptou-se ao contexto da actual crise sanitária e continua com o trabalho de forma remota.

Neste contexto, os investigadores do projecto internacional descobriram no passado dia 21 de Outubro um novo “recife separado” de 500 metros de altura acima do fundo do mar e cuja parte mais rasa, de cerca de 300 metros de comprimento e 50 metros de largura, está localizada a cerca de 40 metros de profundidade.

Este novo recife é o primeiro descoberto na Grande Barreira nos últimos 120 anos e, de acordo com as imagens obtidas até agora, tem uma grande diversidade de organismos bentónicos e de peixes.

O principal objectivo da campanha é estudar o ambiente marinho profundo ao longo da Península de Cape York, localizada no extremo norte da Grande Barreira e uma das regiões mais remotas e isoladas da Austrália.

Os ambientes marinhos profundos desta região são “um grande desconhecido” para a comunidade científica, pois a única informação existente provém de dados dispersos obtidos por outros navios científicos durante a sua passagem por estas águas: “Esta campanha produziu até agora algumas descobertas muito interessantes que auguram vários anos de trabalho dos cientistas”, explicou Puga, que deu como exemplo o facto de os investigadores terem conseguido mapear completamente o deslizamento subaquático SwainSlide, um grande movimento de terra.

Compreender a origem deste grande movimento subaquático e as causas que o desencadearam é de grande interesse científico, uma vez que eventos catastróficos deste tipo podem gerar tsunamis que afectam a costa em poucas horas.

Além disso, os investigadores observaram um rico ecossistema marinho tanto na borda da plataforma continental como em ambientes marinhos profundos nas paredes e no fundo dos desfiladeiros submarinos.

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