
As temperaturas estão a subir de forma mais rápida do que se julgava no Polo Sul, considerado o ponto mais frio da Terra. Tão rápido que Kyle Clem e outros investigadores das alterações climáticas começam a mostrar preocupação e a interrogar-se se as mudanças climáticas causadas pelo homem estão a desempenhar um papel maior do que seria esperado na Antárctida.
Dados relativos às temperatura obtidos no Polo Sul demonstram que os níveis de aquecimento na região foram três vezes superiores à taxa de aquecimento global nas últimas três décadas até 2018, o ano mais quente de que há registo na Antárctida. Os dados foram avançados pelos investigadores num estudo publicado na segunda-feira na revista Nature Climate Change.
Os responsáveis pela investigação observaram dados de 20 estações meteorológicas na Antárctida e concluíram que a taxa de aquecimento do Polo Sul foi sete vezes maior que a média geral registada no continente gelado.
O aquecimento do Polo Sul está parcialmente ligado ao aumento natural das temperaturas na faixa tropical do Pacífico ocidental. O calor é empurrado para o sul por ciclones que se formam nas águas geladas do Mar de Weddell, sustentam os investigadores.
Mas o padrão, que se acredita ser parte de um processo natural que se tem vindo a desenvolver ao longo de várias décadas, explica apenas algumas das tendências de aquecimento. O restante, disseram os investigadores, ficou a dever-se a mudanças climáticas induzidas pelo homem.
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