
A Chefe do Executivo da vizinha Região Administrativa Especial de Hong Kong, Carrie Lam, alertou nesta terça-feira que o território não se pode dar ao luxo de ser palco de mais “caos”. Na terça-feira, activistas pró-democracia envolveram-se num jogo do gato e do rato com a polícia, no dia em que se cumpriu o primeiro aniversário do arranque das manifestações contra um diploma que previa a extradição de residentes da RAEHK para a República Popular da China.
O Governo liderado por Carrie Lam acabou por descartar o projecto de lei, mas a forma como o processo se desenrolou deixou no ar a ideia de que Pequim está a minar as liberdades na antiga colónia britânica. Hong Kong regressou à soberania chinesa em 1997, com a promessa de ao longo de meio século, até 2047 beneficiar de autonomia alargada.
“Todos nós podemos ver a dificuldade que passamos no último ano, e devido a situações tão graves temos mais problemas com os quais lidar”, disse Carrie Lam numa conferência de imprensa.
“É necessário que possamos aprender com os erros, espero que todos os deputados possam aprender com os erros do passado, até porque Hong Kong não suporta tal caos.”
Quase 9 mil pessoas, com idades compreendidas entre os 11 e os 84 anos foram detidas no âmbito dos protestos de que a antiga colónia britânica foi palco ao longo do último ano, disse a polícia na noite de segunda-feira. Mais de 600 foram acusadas de causar distúrbios.
Um nadador salva-vidas de 21 anos, o primeiro manifestante a declarar-se culpado da acusação, foi condenado a quatro anos de prisão no mês passado.
Após um período de maior acalmia devido ao surto epidémico do novo coronavírus, os manifestantes voltaram às ruas recentemente, depois de Pequim ter aprovado uma polémica lei de segurança nacional sem que as autoridades legislativas de Hong Kong tivessem sido consultadas.
Os activistas temem que o diploma possa ameaçar ainda mais as liberdades de que gozam os residentes de Hong Kong e comprometer a independência do sistema legal que vigora na antiga colónia britânica.
As autoridades insistem que a nova lei visa um pequeno número de “arruaceiros” que representam uma ameaça à segurança nacional e que não vai limitar as liberdades fundamentais de quem vive na cidade, nem prejudicar os investidores. Carrie Lam desaconselhou ainda a eventual convocação de greves gerais.
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