Coreia do Sul. Herdeiro da Samsung escapa à prisão

Um tribunal sul-coreano recusou-se na segunda-feira a deter o herdeiro da Samsung, Lee Jae-yong, como exigia o Ministério Público sul-coreano , por causa de uma fusão controversa de duas filiais do grupo. Após uma audiência de nove horas, um tribunal de Seul rejeitou o pedido do Ministério Público, ao considerar que não havia razões suficientes para a detenção, noticiou a agência de notícias sul-coreana Yonhap.

Envergando um fato escuro e uma máscara de protecção facial, o herdeiro do maior grupo económico da Coreia do Sul não respondeu às perguntas dos jornalistas à chegada ao Tribunal.

O Ministério Público de Seul anunciou na quinta-feira que tinha solicitado um mandado de prisão para Lee Jae-yong, suspeito de manipulação de preços durante a controversa fusão de duas unidades da Samsung, a Cheil Industries e C&T .

Alguns accionistas denunciaram a operação, tida como crucial para o futuro do grupo, porque consideram que a C&T foi intencionalmente subvalorizada. O Fundo Nacional de Pensões, um grande accionista da Samsung sob a tutela do Ministério dos Assuntos Sociais, apoiou a iniciativa.

Lee Jae-Yong, neto do fundador da Samsung, tornou-se o líder de facto do grupo, depois de o seu pai ter sofrido um ataque cardíaco em 2014.

Lee era o accionista maioritário da Cheil Industries. Os críticos da fusão dizem que a Samsung tentou reduzir artificialmente o preço da C&T com o propósito de aumentar a sua participação na nova entidade nascida da fusão das duas empresas. Uma tal medida ter-lhe-ia permitido consolidar o seu controlo sobre o conglomerado.

Em comunicado, o grupo considerou as suspeitas de manipulação de preços “infundadas” e acrescentou que Lee não se envolveu em “nenhuma actividade ilegal”.

Lee, que também é vice-presidente da Samsung Electronics, também está a ser  julgado por corrupção no escândalo que levou à remoção e condenação da antiga presidente sul-coreana, Park Geun-hye.

No começo de Maio, Lee Jae-yong pediu desculpas pelos escândalos e casos que envolvem o seu nome e que afectaram a imagem do maior fabricante de smartphones do mundo.

O grupo foi fundado em 1938 pelo avô de Lee Jae-yong. Em 2017, Lee foi condenado a cinco anos de prisão pelo escândalo de corrupção no qual esteve envolvida Park Geun-hye. O dirigente, de 51 anos, foi libertado um ano depois, mas o caso está a ser julgado novamente.

O volume de negócios do grupo Samsung representa um quinto do PIB da Coreia do Sul, a 12ª economia mundial.

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