Os Estados Unidos da América vão tomar medidas para evitar o que dizem ser actos de espionagem por parte de estudantes chineses, afirmou o secretário de Estado, Mike Pompeo, esta sexta-feira. O anúncio foi feito antes de uma conferência de imprensa em que o presidente Donald Trump se vai pronunciar sobre as relações com a República Popular da China.
A conferência de imprensa materializa-se num momento de escalada de tensões entre Washington e Pequim, devido à situação em Hong Kong e às dúvidas em relação à gestão da pandemia do novo coronavírus por parte das autoridades de Pequim.
Ao ser questionado sobre um artigo publicado no jornal “The New York Times”, de acordo com o qual Trump estava a considerar expulsar milhares de estudantes de pós-graduação, Pompeo disse que os estudantes chineses “não deviam estar a espiar” nas universidades norte-americanas: “Sabemos que enfrentamos este desafio. Estou certo de que o presidente Trump vai assumir isso”, disse Pompeo em declarações à Fox News.
“Temos a obrigação, o dever, de assegurar que os estudantes que vêm estudar (…) não agem em nome do Partido Comunista Chinês”, disse Pompeo.
O “New York Times” adiantou que o governo Trump está a estudar anular os vistos de milhares de estudantes vinculados ao Exército de Libertação Popular.
Inevitavelmente, a medida deve gerar críticas das Universidades, que dependem cada vez mais da inscrição de estudantes estrangeiros, sobretudo de alunos oriundos da China e da Índia: “Não se trata de uma ameaça vermelha, não se trata de racismo. Os chineses são um grande povo”, defendeu Pompeo. “Isto é como nos dias da União Soviética. Este é um regime comunista e tirânico que representa um risco real para os Estados Unidos”, afirmou.
Em conversa com jornalistas, Trump não antecipou o que será dito na conferência de imprensa, mas disse, ainda assim: “Não estamos contentes com a China”.
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