Um ciclone intenso atingiu o leste da Índia esta quarta-feira com chuvas, ventos e ondas fortes, um dia depois de milhões de pessoas terem sido retiradas da região e do vizinha Bangladesh, uma operação que se complicou devido à pandemia do novo coronavírus.
O ciclone Amphan começou a avançar sobre a parte oriental do subcontinente ao início da tarde, disse o Gabinete de Meteorologia da Índia numa nota de imprensa emitda às 15h locais. A tempestade ganhou força durante dias no Golfo de Bengala, tornando-se uma dos ciclones mais fortes a atingir a região em cerca de uma década.
Autoridades dos Estados indianos de Odisha e de Bengala Ocidental disseram que os ventos fortes arrancaram telhados e árvores e entortaram postes de electricidade, prejudicando o fornecimento de energia em algumas áreas.
No Bangladesh, o ministro responsável pela Gestão de Desastres, Enamur Rahman, disse que cerca de 2,4 milhões de pessoas dos distritos mais vulneráveis foram encaminhadas para mais de 15 mil abrigos: “Está a ser um grande desafio retirar pessoas e manter o distanciamento (social). Dobramos o número de centros anti-ciclone para garantir o distanciamento e a higiene”, disse Rahman.
As autoridades do Bangladesh também anunciaram que transferiram para abrigos contra tempestades centenas de refugiados rohingya, oriundos do Myanmar. Os refugiados encontravam-se concentrados numa ilha do Golfo de Bengala sujeita a inundações.
Centenas de hectares de campos de cultivo podem ser danificados e grandes extensões de terras férteis podem ser devastadas, disseram as autoridades. De Dhaka. Os agricultores estão a ser incentivados a transferir as suas posses e centenas de milhares de animais para terrenos mais elevados: “Felizmente, a colheita da safra do arroz está quase finalizada. Mesmo assim, a tempestade deverá deixar um rasto de destruição”, disse Mizanur Rahman Khan, funcionário do Ministério da Agricultura do Bangladesh.
Um funcionário do Ministério da Administração Interna da Índia disse que as autoridades de Odisha e de Bengala Ocidental tiveram dificuldade para acolher milhares de pessoas retiradas do litoral, já que os abrigos estavam a ser usados como centros de quarentena do novo coronavírus.
Abrigos adicionais estão a ser criados em mercados e edifícios do governo tendo em conta o distanciamento social, e máscaras estão a ser distribuídas a moradores de várias das localidades afectadas.
A polícia do estado de Bengala Ocidental adiantou que algumas pessoas recusaram ir para abrigos por temerem ser infectadas pelo coronavírus. Outras recusaram-se terminantemente a abandonar os seus rebanhos.
Leave a Reply