Macau fecha as portas ao mundo

As autoridades de Macau anunciaram esta terça-feira a proibição de entrada no território a todas as pessoas que não têm residência na RAEM. As únicos excepções dizem respeito a cidadãos da República Popular da China, de Hong Kong e de Taiwan e aos trabalhadores não residentes, que também não são abrangidos pela medida.

As novas orientações constam de um despacho do Chefe do Executivo publicado em Boletim Oficial e constituem um agravamento das medidas anunciadas na segunda-feira que impunham uma quarentena obrigatória de catorze dias para quem não é residente de Macau.

O despacho assinado por Ho Iat Seng admite eventuais excepções à medida, nomeadamente em termos de “motivo de interesse público” – como emergência ou socorro – ou ainda para garantir “a manutenção do funcionamento normal” de Macau ou das “necessidades básicas de vida dos residentes”.

O endurecimento das medidas surge depois das autoridades terem anunciado a detecção de um décimo segundo caso de infecção pelo novo coronavírus, o segundo num período de 24 horas.

O diagnóstico foi efectuado a um homem de 47 anos de idade, cidadão espanhol, que se deslocou a Macau para fazer negócios e não sentia nenhum desconforto”, indicou a mesma nota do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus.

A informação foi divulgada no dia em que entrou em vigor a quarentena de 14 dias a todos aqueles que entrem no território, à excepção das pessoas que cheguem China continental, Taiwan e Hong Kong, medida agora inviabilizada pelas novas indicações: “No dia 15 de Março, este indivíduo, espanhol, apanhou o voo SU2501 de Madrid (Espanha) para Moscovo (Rússia) e efectuou trânsito para o voo SU204 de Moscovo para Pequim. No dia 16 de Março, apanhou o voo NX001 de Pequim para Macau e chegou ao Aeroporto Internacional de Macau às 20:00 horas no mesmo dia”, indicaram as autoridades.

No posto fronteiriço do Aeroporto, o pessoal dos Serviços de Saúde detectou febre no homem, razão pela qual foi transportado de ambulância para o Centro Hospitalar Conde de São Januário para a realização de exames, que confirmaram  a infeção: “Existiam apenas sete passageiros no voo NX001 de Pequim para Macau e os Serviços de Saúde procederão ao acompanhamento necessário a estas pessoas”, acrescentaram as autoridades.

Este é o 12.º caso confirmado em Macau. Dos dez pacientes iniciais, todos receberam alta hospitalar.

Na segunda-feira, as autoridades detectaram o primeiro caso de infeção pelo novo coronavírus em 40 dias, numa cidadã sul-coreana que chegou ao território vinda do Porto, onde visitou familiares do namorado português.

A situação que levou o Governo de Macau a avançar com a quarentena quase total a todos aqueles que entrem no território, de forma a conter casos importados, após mais de um mês sem detectar infecções pelo novo coronavírus e já durante o dia de hoje a anunciar medidas mais radicais.

O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infectou cerca de 170 mil pessoas, das quais 6.850 morreram. Das pessoas infectadas em todo o mundo, mais de 75 mil recuperaram da doença.

O surto começou na China, em Dezembro, e espalhou-se por mais de 140 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Depois da China, que regista a maioria dos casos, a Europa tornou-se no centro da pandemia, com quase 60 mil infectados e pelo menos 2.684 mortos.

A Itália com 2.158 mortos (em 27.980 casos), a Espanha com 309 mortos (9.191 casos) e a França com 127 mortos (5.423 casos) são os países mais afetados na Europa.

Face ao avanço da pandemia, vários países adopºtaram medidas excepcionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

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