
A actividade da indústria manufactureira da República Popular da China caiu em Setembro, pelo quinto mês consecutivo. A informação foi esta segunda-feira avançada pelo Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) chinês, numa altura de tensões comerciais entre Pequim e Washington.
O índice de gestão de compras (PMI, na sigla em inglês), subiu 0,3 pontos, face ao mês anterior, para 49,8, mas continuou a registar uma contracção em termos homólogos.
Quando se encontra acima dos 50 pontos, o indicador de actividade da indústria manufactureira sugere uma expansão do sector, pelo que abaixo dessa barreira pressupõe uma contração.
Este índice é tido como um importante indicador mensal do desenvolvimento da segunda maior economia do mundo.
Apesar da recuperação face ao mês anterior, os analistas da consultora Capital Economics consideram tratar-se “provavelmente de um falso amanhecer”, face a “sinais de desaceleração no sector da construção”, que “se aprofundará nos próximos meses”.
Em 2019, o PMI expandiu-se apenas em Março e Abril, 50,5 e 50,1 pontos, respectivamente. Em Setembro, as pequenas e as médias empresas registaram os piores resultados: 48,6 e 48,8 pontos, respectivamente.
O PMI das grandes empresas subiu 0,4 pontos, em relação a Agosto, para a zona de crescimento, com 50,8 pontos.
A produção impediu o sector manufactureiro de recuar mais: este sub-índice atingiu 52,3 pontos, um aumento de 0,4 pontos, em relação ao mês anterior.
O sub-índice para as novas encomendas – que inclui procura interna e externa, e que estava em contração desde Maio – saltou para a zona de crescimento, com um aumento de 0,8 pontos, para 50,5 pontos.
O estatístico do GNE Zhao Qinghe considerou que “no geral, a economia melhorou em relação ao mês passado” e apontou o sub-índice de novas encomendas como um bom sinal.
O especialista destacou o efeito das políticas fiscais aplicadas nos últimos meses.
Negócios fora do sector manufactureiro permaneceram também na zona de expansão (53,7 pontos), apesar da queda de 0,1 ponto, face a agosto.
Este declínio ocorre apesar do aumento de meio ponto, para 53 pontos, no sector de serviços, responsável por mais de metade do PIB chinês.
A economia chinesa cresceu 6,2 por cento, no último trimestre, o ritmo mais lento em quase 30 anos, mas quase o dobro do crescimento médio mundial.
Pequim enfrenta uma guerra comercial com Washington, que restringiu o acesso da China a tecnologia dos EUA e subiu as taxas alfandegárias sobre mais de metade das importações oriundas do país asiático.
Leave a Reply