O Presidente da República Democrática do Congo (RDCongo), Félix Tshisekedi, considera que os salários pagos pela empresa chinesa CREC 8 aos trabalhadores congoleses é “insignificante”. A posição foi avançada esta semana pela imprensa local.
“É um trabalhador congolês que está no seu país e que quer viver bem”, afirmou o chefe de Estado durante uma visita a uma empreitada da responsabilidade da CREC 8. “O que quero dizer, com bondade, é que as suas condições de trabalho e de vida devem ser melhoradas”, acrescentou Tshisekedi.
Tshisekedi dirigiu-se à empresa chinesa, referindo que o dinheiro que lhe é atribuído também deve chegar aos trabalhadores: “Regressarei dois dias no final deste mês. Se os salários não melhorarem, não estaremos de acordo convosco”, ameaçou o Presidente congolês, citado pelo portal de notícias actualite.cd
“Cinco dólares [4,45 euros] por dia é insignificante, devemos rever isso para cima”, referiu Tshisekedi na visita à estação em Ngaliema, na província de Kinshasa, capital do país.
As declarações do chefe de Estado da RDCongo surgiram depois de reclamações dos trabalhadores: “Pai, somos teus filhos, imploramos a revisão dos nossos salários”, entoaram em coro os trabalhadores.
A CREC 8 é uma subsidiária da China Railway Group Limited (CREC), a maior empresa chinesa de construção ferroviária, e é acusada pela sociedade civil pelas suas condições de trabalho “inaceitáveis” para os trabalhadores congoleses.
Entre as críticas conta-se a ausência de contratos de trabalho, desrespeito pelas horas de trabalho e o pagamento de salários com impostos inferiores aos valores oficiais.
Na quarta-feira, Tshisekedi inspecionou ainda obras para a construção de nove viadutos que devem reduzir o tráfego nos principais cruzamentos da capital.
Para a construção destas infra-estruturas, o Estado congolês disponibilizou 17 milhões de dólares (cerca de 15 milhões de euros) em Março, sendo que as obras resultam da parceria entre a CREC 8 e uma empresa estatal.
Em Março, funcionários de lojas de retalho pertencentes a estrangeiros realizaram uma greve em Kinshasa reclamando a melhoria das suas condições de trabalho.
Leave a Reply