Namíbia. Governo sob fogo depois de ter abatido “Voortrekker”

A morte, na Namíbia, de um elefante macho de 50 anos causou revolta na nação do sudoeste africano. Grupos de conservação e agências de turismo acusaram o Governo de autorizar a caça do animal sem justa causa.

O elefante foi abatido na semana passada na área de Omatjete, 230 quilômetros ao norte da cidade litoral de Swakopmund, por um caçador indicado pelo Governo. O caçador pagou o equivalente a 8.500 dólares. As autoridades autorizaram o abate por considerarem o animal como “uma fonte de problemas”.

O elefante, conhecido popularmente como “Voortrekker”, fazia parte de um rebanho raro adaptado ao deserto de Ugab:”É uma infelicidade que o elefante tenha sido abatido, mas não nos restou nenhuma outra alternativa depois deste animal específico ter causado danos por mais de uma ocasião em propriedades da área”, disse o porta-voz do Ministério do Meio Ambiente e do Turismo, Romeo Muyunda, à Reuters nesta terça-feira.

Muyunda adiantou ainda que o ministério deu permissão para o abate de Voortrekker porque o Governo temia que os agricultores que moram na área de Omatjete cumprissem com a ameaça de matar elefantes que estão a destruir as suas propriedades: “Foi melhor para nós optar por esta solução do que ignorá-lo e permitir que a comunidade faça justiça pelas próprias mãos e destrua todos os elefantes”, disse.

Conservacionistas próximos da área de protecção de Ohungu, onde o elefante foi morto, questionaram o abate do animal dizendo que os elefantes não entram nas suas comunidades.

“O que nos foi dito é que queixas de comunidades que vivem na área de Omatjete foram recebidas. A população de elefantes do deserto do oeste de Ugab não entra nestas comunidades”, garantiu a entidade responsável pela conservação da espécie.

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