
Centenas de manifestantes, envergando roupa negra, começaram a concentrar-se às primeiras horas da manhã desta sexta-feira no exterior do edifício que alberga o Conselho Legislativo, na vizinha Região Administrativa Especial de Hong Kong. Os detractores da proposta de lei da extradição anunciaram nos últimos dias a intenção de intensificar os protestos face à recusa do Governo em desistir da discussão do diploma.
Os organizadores do protesto, entre os quais pontifica a Federação das Associações de Estudantes de Hong Kong, fez ao início do dia de ontem um ultimato ao Executivo liderado por Carrie Lam. O grupo exigia que a líder do Governo se pronunciasse até às cinco da tarde de quinta-feira sobre as quatro grandes exigências que formularam na sequência da manifestação que no domingo colocou mais de dois milhões de pessoas na rua. Os manifestantes pedem ao Governo que deixe cair as polémicas emendas à lei da extradição, que rectifique a forma como qualificou os protestos de quarta-feira da semana passada (considerados um motim pela polícia de Hong Kong), que liberte os manifestantes que foram detidos na sequência dos protestos e que lance uma investigação sobre o procedimento da polícia.
Os protestos convocados para esta sexta-feira tinham início agendado para as sete da manhã e, originalmente, a intenção dos organizadores era a de sitiar o complexo do Governo na zona de Tamar. Previstos estavam também actos de desobediência civil como o bloqueio de algumas das principais artérias da zona, o boicote às aulas ou acções de greve.
Por volta das oito da manhã, várias centenas de manifestantes, sobretudo jovens, ocupavam o exterior da Conselho Legislativo, num protesto pacífico.
Cherry Chan, uma aluna do ensino secundário, explicou à RTHK porque razão se associou à iniciativa: “O mais importante é reunir o maior número de pessoas possível para que possamos manter as cartas na mão”, diz a jovem. “Se o Governo continuar a ignorar a voz da população, as pessoas vão elevar os protestos a um outro nível”, a manifestante assegura.
O Executivo de Hong Kong respondeu ao apelo à mobilização com o encerramento de todas as instalações governamentais na zona de Admiralty.
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