O “Hom Mali”, variedade tailandesa de arroz que se distingue por um paladar levemente perfumado, foi distinguido com o estatuto de “melhor arroz de mundo”, numa eleição impulsionada pela Conferência Mundial do Arroz que decorreu no território no mês passado.
A distinção devolve à Tailândia a primazia no que toca à qualidade do grão mais consumido no continente asiático, depois de vários anos em que os atributos do arroz exportado pelos produtores tailandeses foram prejudicados por um polémico esquema de subsídios à produção.
Chookiat Ophaswongse, presidente honorário da Associação de Exportadores de Arroz da Tailândia, adiantou ao portal noticioso Lakeland, que a variedade “Hom Mali 105” foi considerada a melhor do mundo, tendo como referência a colheita de 2017. Uma variedade cambojana e outra vietnamita foram distinguidos, respectivamente, com o segundo e o terceiro prémio no certame que elegeu o melhor arroz do planeta.
Os jurados no concurso foram os chefs de alguns dos mais conceituados restaurantes do território. O júri avaliou critérios como o sabor e a forma dos grãos de arroz das variedades avaliadas.
O perfumado arroz tailandês venceu a competição promovida pela Conferência Mundial do Arroz pela segundo ano consecutivo. Em 2011, o certame distinguiu uma variedade de arroz do Myanmar, em 2012 e em 2013 uma variedade cultivada no Camboja e em uma outra que cresce nos Estados Unidos da América.
A conquista da distinção pelo segundo ano consecutivo pode ajudar a impulsionar as receitas dos produtores tailandeses, defende Chookiat Ophaswongse. O dirigente da Associação de Exportadores de Arroz da Tailândia está convicto que a procura pelo “Hom Mali” vai disparar, numa tendência que deverá contribuir também para um aumentos dos preços.
Chookiat lembra que a variedade tailandesa agora distinguida já é comercializada a preços mais elevados que as variantes cambojana ou vietnamita. Uma tonelada de “Hom Mali” custa qualquer coisa como 850 dólares norte-americanos, ao passo que o arroz do Camboja é vendido a 750 dólares/tonelada e do Vietname a 500 dólares por cada mil quilos transaccionados.
Ao longo dos quatro últimos anos, o preço do arroz produzido no Camboja aproximou-se do preço a que é comercializada pelos exportadores tailandeses, pelo simples facto do grão cultivado nos campos khmer ter sido eleito o melhor do mundo em dois anos consecutivos, 2012 e 2013.
Na eleição do “melhor arroz do mundo” foram avaliadas 21 variedades de arroz, três das quais submetidas a concurso pela Associação de Exportadores de Arroz da Tailândia: “ A Tailândia deixou fugir esta distinção por um período de quatro anos porque a qualidade do arroz tailandês caiu substancialmente. Muitos produtores antecipavam a colheita para poderem tirar um maior proveito do esquema de subsídio à produção proposto pelo Governo. Todos os grãos eram aceites, tivessem ou não qualidade. Somos campeões de novo porque voltamos a enfatizar a qualidade do arroz”, defende Chookiat Ophaswongse.
O responsável exorta as autoridades tailandesas a incentivarem o cultivo de arroz através de métodos orgânicos, uma opção que poderia ajudar a reabilitar uma variedade ainda mais fragrante do Hom Mali que subsiste em pequenas comunidades isoladas do centro-norte do país, onde os campos de arroz ainda não estão tão contaminados por adubos químicos.
Leave a Reply