De acordo com o governante, estas permitem “um diálogo entre o ancestral e o contemporâneo”.
Entre a meia centena de obras de arte que serão exibidas até finais de Setembro no Museu do Côa, destaque para três pinturas com clara influência do Guernica de Picasso, como explicou a própria artista à Agência Efe.
“Tento refletir o sofrimento das mulheres do povo, das mulheres rurais”, disse.
Os rostos das figuras correspondem a mulheres que ainda vivem na aldeia natal da artista, no distrito de Bragança.
Em declarações à agência Efe, Morais reconheceu a sua “satisfação” por expor pela primeira vez num “santuário” como o Côa, onde se preservam gravuras rupestres de há 20.000 anos.
Muitas das pinturas que exibidas na exposição, chamada “Mapas da Terra e do Tempo”, estão inspiradas em gravuras tanto de Espanha, como as de Altamira, como de França e Portugal, explicou a artista.
Além disso, estará acompanhada por algumas peças musicais compostas pelo seu próprio marido, o prestigiado musicólogo português Pedro Caldeira Cabral, que também esteve presente na inauguração.
Caldeira Cabral explicou à agência noticiosa espanhola que algumas das composições foram criadas com os sons das pedras de ardósia similares às usadas pelos habitantes do Paleolítico Superior para criar as gravuras rupestres: “Uma das peças musicais (…) foi gravada no interior desta gruta, situada na zona portuguesa do rio Tua”, disse o compositor.
Por sua parte, a presidente da Fundação Côa-Parque, que gere o Museu do Côa e as visitas às gravuras rupestres, Aida Carvalho, recordou que este local foi declarado Património Mundial pela UNESCO em 1998 e anos depois, em 2010, a Estação Rupestre espanhola de Siega Verde também recebeu a mesma catalogação como extensão do Lugar Paleolítico português.
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