A Covid-19 vai-se tornar numa doença endémica até ao final deste ano, defende o virologista alemão Christian Drosten. O especialista defendeu ainda que a vacinação de toda a população várias vezes por ano não é uma estratégia viável a longo prazo.
“Esperamos chegar a uma situação endémica. No final do ano, ou chegamos lá ou estaremo lá perto”, disse Drosten na semana passada durante uma conferência de imprensa em Berlim com o Ministro da Saúde alemão, Karl Lauterbach e o presidente do Instituto Robert Koch de Virologia (RKI), Lothar Wieler.
O virologista do hospital Charité salientou a importância de imunizar rapidamente a maior percentagem possível da população e previu um hipotético futuro em que os cidadãos mais velhos recebem uma dose de reforço para a Covid todos os Outornos, tal como sucede actualmente contra a gripe.
Drosten defendeu que é irrealista “vacinar toda a população a cada poucos meses”, uma vez que é uma estratégia que “não funciona”.
Em vez disso, afirmou, chegará uma altura em que será necessário deixar o próprio vírus “actualizar” a imunidade da população, um processo que está “mais avançado” noutros países: “A questão é se podemos fazer isto já na Alemanha”, disse Drosten. O virologista deu a entender que ainda é demasiado cedo para correr esse risco.
De acordo com o presidente da RKI, Lothar Wieler, a chegada de uma quinta vaga ligada à variante Ómicron marca o início de uma “nova fase” da pandemia, na qual a taxa de hospitalizações será mais relevante do que o número total de casos.
Segundo Wieler, a variante Ómicron já é predominante na Alemanha e representa 70 por cento do total de casos, numa altura em que uma em cada cem pessoas no país está infectada com o vírus.
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