O supertufão Rai atingiu esta quinta-feira as Filipinas e levou dezenas de milhares de pessoas a procurar refúgio, com receio de que os ventos violentos e as chuvas torrenciais possam cobrir o arquipélago com um manto de devastação. A tempestade, que deve atingir Macau na próxima semana, é o fenómeno mais potente a atingir as Filipinas em 2021.
O supertufão fazia-se acompanhar por ventos de 195 quilómetros por hora, quando tocou terra na ilha meridional de Siargao, um popular destino turístico, informou a agência meteorológica estatal.
Um “supertufão” é um ciclone extremamente violento, equivalente a um furacão de categoria 5 nos Estados Unidos da América. Apenas cinco são registados por ano à escala global. A tempestade é ainda o ciclone mais violento registado este ano nas Filipinas.
Mais de 90.000 pessoas procuraram refúgio em instalações providenciadas pelo estado, enquanto a tempestade Rai avançava pelo Pacífico, informou a agência nacional de emergências das Filipinas.
Muitos voos foram suspensos e dezenas de portos permanecem temporariamente fechados perante a possibilidade de se virem a gerar ondas gigantes, que poderiam provocar “inundações fatais” nas áreas costeiras: “Esta tempestade monstruosa é aterrorizante e ameaça atingir comunidades costeiras com a força de um comboio de carga”, disse Alberto Bocanegra, director da Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho nas Filipinas.
“Estamos muito preocupados de que as alterações climáticas estejam a tornar os tufões mais violentos e imprevisíveis”, acrescentou.
Uma tempestade que chega tarde
O Rai atinge o país de maneira tardia na temporada de tufões, que normalmente se prolonga entre Julho e Outubro.
Depois de tocar o solo em Siargao, o tufão deve atravessar a região das ilhas Visayas, Mindanao e Palawan, antes de emergir no sábado no Mar da China Meridional, ao largo da costa do Vietname.
A agência meteorológica advertiu para ventos “muito destrutivos” que poderiam provocar “danos de moderados a fortes em estruturas e na vegetação”.
O meteorologista Christopher Perez afirmou que os ventos “poderiam derrubar linhas de energia eléctrica e árvores”, bem como danificar casas construídas com materiais leves: “Preparem-se para chuvas intensas e ventos fortes”, disse.
As operações para retirar moradores ainda estão em curso em algumas áreas localizadas na trajectória do tufão. Entre os desabrigados estão turistas nacionais que aproveitavam as famosas praias do país, ainda proibidas aos visitantes estrangeiros devido à pandemia de Covid-19.
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