
Depois de Macau, Hong Kong. As autoridades da antiga colónia britânica proibiram esta quinta-feira a vigília em memória das vítimas do massacre da Praça da Paz Celestial.O Executivo liderado por Carrie Lam justificou a decisão com a necessidade de prevenir o aparecimento de eventuais focos epidémicos. Na terça-feira, as autoridades da RAEM fizeram uso do mesmo argumento para proibir, pelo segundo ano consecutivo, a iniciativa no Largo do Senado.
“A justificação da polícia foi a pandemia e a impossibilidade de se manter o distanciamento social”, explicou Lo Wai Ming, da Aliança de Hong Kong de Apoio aos Movimentos Democráticos Patrióticos da China, em declarações à agência Lusa
O responsável escusou-se a considerar que a proibição tenha fundamentos políticos, até porque o movimento de que faz parte vai recorrer da decisão à Comissão de Recurso sobre Reuniões e Processões Públicas.
Nas últimas 24 horas, Hong Kong não registou qualquer novo caso de Covid-19. Ao longo das últimas semanas foram diagnosticados 23 casos, mas apenas cinco são considerados casos de contágio local: “A Aliança vai continuar a lutar pelo direito do público a lamentar, de forma legal, o incidente de 4 de Junho”, lê-se numa nota da Aliança de Hong Kong de Apoio aos Movimentos Democráticos Patrióticos da China, a que a agência noticiosa portuguesa teve acesso.
A recusa de permitir a vigília no Parque de Victoria materializa-se dois dias depois de as forças da ordem de Macau também terem proibido uma iniciativa da índole, depois de a terem qualificado como uma eventual tentativa de “incitamento à alteração violenta do sistema político”, “ofensa a pessoa colectiva que exerça autoridade pública”, para além das razões que se prendem com medidas de prevenção da pandemia da Covid-19.
Trata-se da primeira vez que as autoridades de Macau acenam com razões políticas para proibir a vigília: “A polícia decidiu finalmente não permitir o comício porque o tema do comício ofenderia o Governo ou a autoridade pública, e por ser um obstáculo à saúde pública”, explicou o deputado Ng Kuok Cheong, um dos organizadores do evento, horas depois de conhecer a decisão das polícias. “É evidente que existem considerações políticas na decisão”, considera o activista pró-democracia.
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