Macau começou hoje a vacinar. Ho Iat Seng deu o exemplo

As autoridades do território deram esta terça-feira o pontapé de saída no processo de vacinação contra a Covid-19, com as principais figuras do Governo e da administração do território a darem o exemplo, com o propósito de fazerem passar uma mensagem clara: a vacina é segura e todos a devem tomar para que o território possa regressar à normalidade o mais depressa possível.

No primeiro dia de vacinação, mais de meia centena de pessoas receberam a solução desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinopharm, Na cerimónia marcaram presença o chefe do Executivo, Ho Iat Seng, os secretários para a Economia e Finanças, Assuntos Sociais e Cultura, Segurança e Transporte e Obras Públicas, o director Geral dos Serviços de Alfândega, o comissário contra a Corrupção, o procurador do Ministério Público, o comandante-geral dos Serviços de Polícia Unitários e o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion.

Só faltou o secretário para Administração e Justiça, porque alguém tinha de ficar a trabalhar, esclareceu, em tom de brincadeira, o chefe do Executivo durante a conferência de imprensa que se seguiu ao arranque da campanha de vacinação. Ho Iat Seng recebeu a primeira dose da vacina, do primeiro lote de 100 mil que o território recebeu no sábado da farmacêutica estatal chinesa Sinopharm.

Na cerimónia foram vacinados ainda representantes do pessoal da linha de frente (profissionais de saúde, bombeiros, polícias, etc) e de alguns dos os grupos com alto risco de exposição ocupacional: profissionais de aviação e transportes públicos, trabalhadores expostos a alimentos de cadeia de frio e alimentos frescos, professores e alguns funcionários dos casinos. Os vacinados fizeram inscrições ‘online’ voluntárias.

As inscrições voluntárias arrancaram na segunda-feira de manhã e, até às 21:00 tinham-se inscrito cerca de 1300 pessoas. Os restantes residentes podem inscrever-se, de forma voluntária, desde as doze horas desta terça-feira e o processo de vacinação arranca no dia 22 de Fevereiro no Centro Hospital Conde de São Januário e  nos centros de saúde. A vacinação, reiterou esta terça-feira o Governo, é gratuita.

Na fila de espera para tomar a vacina, no Centro Hospitalar Conde de São Januário, alguns médicos da linha da frente assistiam, sorridentes, em directo, através dos telemóveis, o momento em que era administrada a vacina ao chefe do Executivo.

 “Proteger-se a si mesmo, proteger a família, proteger Macau”, deu assim o mote, a secretária para Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, minutos antes de tomar a vacina.

O objectivo do lançamento do programa de vacinação na RAEM, sublinhou a responsável política, é o de  “criar uma barreira imunológica da sociedade, proporcionando uma maior protecção à vida e à segurança da população”.  Elsie Ao Ieong U defende que cabe ao Governo inculcar confiança na vacina.

Pouco depois de tomar a vacina e de ter garantido que não sentiu quaisquer efeitos secundários, Ho Iat Seng afirmou que só com a vacina será possível garantir a saúde de toda a população e a inerente melhoria da economia do território: só com “conjuntura e bom ambiente é que podemos desenvolver a economia”.

“Isto é voluntário”, mas “incentivamos toda a população”, disse o chefe do Executivo, reforçando que a população tem o poder de escolha de uma de três marcas de vacinas que estarão disponíveis.

Também após tomar a vacina, o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, apelou à imunização da população e apontou estudos que garantem que esta pode ser atingida com cerca de 50 por cento da população vacinada.

Os incentivos chegaram também por alguns membros do pessoal da linha da frente, que, aos jornalistas, afirmaram estarem ansiosos por receber a vacina.

Além da vacina da Sinopharm, o Governo deu “luz verde” também à compra da vacina de mRNA da Pfizer e BioNTech, comercializada na China pela empresa Fosun, e da AstraZeneca. Por outro lado, participa ainda no plano global de aquisição colectiva promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Aliança Global para Vacinas e Imunização (GAVI), para aquisição de algumas vacinas. Mais 100.000 doses da BioNtech/Pfizer poderão chegar ainda este mês a Macau, anunciou o Executivo.  No total, o território deverá receber cerca de 1,3 milhões de doses.

Be the first to comment

Leave a Reply

Your email address will not be published.


*


This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.