Tempestade tropical Chalane fustiga centro de Moçambique

A tempestade tropical Chalane, de intensidade leve, assola desde a última madrugada a província de Sofala, no centro de Moçambique, a mesma região que foi atingida em Março de 2019 pelo ciclone Idai, considerado o pior desastre natural da história recente do sudeste africano. A tempestade causou pelo menos 600 mortes só em Moçambique.

“A tempestade tropical Chalane atinge a província de Sofala desde o amanhecer de hoje, 30 de Dezembro”, informou o Instituto Nacional de Gestão de Catástrofes moçambicano (INGC) através do Facebook.

“Segundo a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia, o fenómeno teve um impacto maior em Muanza e Dondo, onde os ventos atingiram 130 quilómetros por hora, acima dos 90 quilómetros esperados”, indicou o organismo.

O ciclone tropical Chalane atingiu a costa leste de Madagáscar a 27 de Dezembro com uma velocidade máxima do vento de 46 quilómetros por hora e rajadas de 56, e dirigiu-se para a costa de Moçambique a mais de 90 quilómetros por hora.

O director de prevenção e mitigação do INGC, César Tembe, disse esta quarta-feira que ainda era demasiado cedo para calcular o potencial destrutivo deste fenómeno, enquanto a directora geral desta organização, Luísa Meque, mostrou-se satisfeita com a resposta e colaboração da população: “Mesmo sem saber o impacto do Chalane, as pessoas lembram-se do que viveram com o Idai, e elas próprias ajudaram-nos a consciencializar outros. Neste momento não temos razões para nos queixarmos, as pessoas estão a colaborar”, disse Meque.

O Idai atingiu a província de Sofala a 14 de Março de 2018 e destruiu 90 por cento da capital da região, Beira, segundo a Federação Internacional da Cruz Vermelha.Além disso, os seus fortes ventos, de até 200 quilómetros por hora, arrasaram campos agrícolas, tornando 1,8 milhões de pessoas dependentes da assistência humanitária só em Moçambiqu. Juntamente com a devastação causada três semanas depois pelo início de um segundo ciclone (Kenneth), o Idai destruiu ou danificou as habitações de mais de 285.000 pessoas.

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