Indústria da aviação prepara-se para o desafio de levar a vacina ao mundo

A indústria da aviação começou a preparar-se para o que acredita ser uma das operações mais delicadas e de maior envergadura da sua história: o manuseamento, transporte e distribuição de uma ou mais vacinas contra a covid-19.

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) anunciou esta terça-feira que, para este fim, emitiu um guia de recomendações para os governos e todos os envolvidos na cadeia de abastecimento e logística relacionada com a entrega de vacinas em todo o mundo.

O mundo tem as esperanças postas numa candidata a vacina que terá uma eficácia de 90 por cento entre os jovens e que foi desenvolvida pela empresa farmacêutica americana Pfizer e pela empresa alemã de biotecnologia BioNTech.

Juntou-se recentemente a esta, uma segunda vacina – a da americana Moderna – que assegura que o seu produto tem uma eficácia de 94,5 por cento

Embora ainda sejam necessárias algumas semanas para que os resultados completos dos ensaios clínicos realizados com ambas candidatas a vacina sejam revistos e que as correspondentes autorizações sejam solicitadas às autoridades reguladoras, acredita-se que a produção poderá começar entre o final do ano e o início de 2021.

A procura é tal que se prevê que milhares de milhões de vacinas tenham de ser distribuídas no próximo ano, tendo em consideração que o trabalho está a ser feito sobre a base de duas doses para gerar imunidade.

A IATA previu que o transporte de tais quantidades de vacinas e o seu armazenamento em recipientes extremamente frios irá requerer uma logística muito complexa, incluindo as alternativas que serão necessárias se não for possível garantir uma cadeia de frio optimizada no ponto de destino.

Uma dificuldade adicional, acrescentou, é que alguns tipos de refrigerantes são classificados como perigosos e os volumes que podem ser transportados são limitados.

Por outra parte, a IATA disse que as regiões de destino da vacina terão que ter disponíveis instalações com controlo de temperatura, assim como equipamento e pessoal treinado para lidar com bens sensíveis.

A IATA também disse que para que todo o plano funcione, os governos devem restabelecer a conectividade aérea que existia antes da pandemia, que incluía 22.000 ligações entre outras tantas cidades e regiões.

Vai também caber às autoridades nacionais assegurar que os procedimentos aduaneiros sejam concluídos rapidamente.

A IATA sugeriu que fossem adoptados procedimentos rápidos de sobrevoo e aterragem quando os aviões transportam vacinas da Covid-19.

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