O artista plástico Mio Pang Fei faleceu na sexta-feira, aos 84 anos. A notícia é este sábado avançada pela emissora em língua portuguesa da Rádio Macau, que cita informações avançadas por fonte próxima à família do pintor.
Nascido em Xangai em 1936, Mio Pang Fei mudou-se para Macau, em 1982, onde alcançou a liberdade artística que lhe faltou no Continente, tornando-se uma figura incontornável no âmbito da arte contemporânea chinesa.
Perseguido pelo regime maoísta durante a Revolução Cultural e acusado pelas autoridades de Pequim de ser contra-revolucionário devido ao interesse que sempre demonstrou pela estética modernista ocidental, Mio Pang Fei foi detido e condenado a trabalhos forçados. Em Macau, o pintor desenvolveu uma linguagem própria em que se fundem técnicas artísticas ocidentais e marcas da tradição pictórica chinesa. O estilo foi baptizado pelo próprio de neo-orientalismo e ajudou a transformar o território num foco importante no que ao desenvolvimento da arte chinesa contemporânea diz respeito.
Criador de trabalhas de grande dimensões, Mio Pang Fei deixou de pintar devido a complicações de saúde e dedicou-se, ao longo dos últimos anos, à redescoberta das suas raízes e à caligrafia chinesa. A vida e o legado do artista plástico foi retratada num documentário realizado por Pedro Cardeira. Em 2015, quase com 80 anos, foi selecionado pelo Instituto Cultural como o representantes de Macau na 56ª edição da Bienal de Veneza. A sua última exposição no território decorreu em 2012, de acordo com a Rádio Macau.
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