Investigadores do Ministério Público da Rússia defendera mesta quinta-feira que não veem necessidade de uma investigação criminal sobre o adoecimento repentino de Alexei Navalny, crítico do Kremlin. Os apoiantes de Navalny suspeitam que o líder da oposição russa sido envenenado, mas o Ministério Público russo diz que não encontrou sinal de que algum crime tenha sido cometido.
O Ministério da Administração Interna da Rússia disse que iniciou uma investigação preliminar do caso, mas considerou a abertura do processo como algo rotineiro.
Navalny, de 44 anos, foi transportado para a Alemanha no sábado depois de desmaiar a bordo de um voo que ligava a cidade siberiana de Tomsk a Moscovo. Atualmente, Navalny encontra-se em coma induzido num hospital de Berlim.
O hospital disse que os exames médicos iniciais a que foi submetido indicam um envenenamento, mas os médicos russos que trataram Navalny num hospital da Sibéria contradizem o diagnóstico.
Na quinta-feira, a Procuradoria-Geral russa disse que não existem indícios de que Navalny tenha sido vítima de um crime e emitiu um comunicado afirmando que não via qualquer justificação para que uma investigação criminal fosse iniciada.
As autoridades alemãs concordaram em cooperar com a Rússia no caso, disse a Procuradoria-Geral russa, pedindo que a Alemanha compartilhe informações sobre o tratamento. Moscovo prometeu fornecer algumas em troca.
A filial siberiana da unidade de transporte do Ministério do Interior disse estar a realizar uma investigação preliminar, depois do voo de Navalny ter aterrado de emergência em Omsk.
As autoridades russas inspecionaram o quarto de hotel em que Navalny se hospedou em Tomsk e os trajectos que ele percorreu na cidade, além de analisar imagens de câmaras de vigilância da área, disse. O ministério não encontrou qualquer fármaco, droga ou outras substâncias potentes.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, reiterou a posição governamental de que não existe necessidade de uma investigação formal e explicou que verificações preliminares, como as que foram conduzidas, são realizadas em tais circunstâncias.
Os apoiantes de Navalny acreditam que ele foi envenenado pelos seus inimigos. O opositor é uma pedra no sapato do Kremlin há mais de uma década, expondo o que diz ser uma corrupção sistémica nas instâncias mais elevadas do poder.
Navalny foi detido por diversas ocasiões por organizar reuniões públicas e comícios, processado devido às suas investigações sobre corrupção e impedido de concorrer à presidência em 2018.
Nesta semana, o Kremlin disse que deseja que as circunstâncias do estado de Navalny venham à tona e que espera que o incidente não prejudique as suas relações com o Ocidente.
A Alemanha, a França e outros países exortaram a Rússia a investigar, e ministros da União Europeia devem debater a situação de Navalny esta semana.
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