Gigante chinês Alibaba anuncia aumento de 34 por cento no volume de vendas

O gigante chinês do comércio eletrónico Alibaba anunciou, na quinta-feira, um aumento de 34 por cento nas vendas no primeiro trimestre do corrente ano fiscal,  resultado do aumento exponencial nas compras efectuadas pela Internet, apesar do impacto económico do novo coronavírus.

O facturamento do grupo com sede em Hangzhou, no leste da República Popular da China – um indicador relevante da saúde do grupo, mas também do consumo geral no país – atingiu 21,8 mil milhões de dólares norte-americanos (153,8 bilhões de yuans) entre Abril e Junho, excedendo significativamente a estimativa de consenso dos analistas ouvidos pela Bloomberg.

“A principal actividade comercial na China (14 mil milhões de dólares) voltou totalmente aos níveis pré-epidémicos em todas as áreas”, afirma a Alibaba num comunicado divulgado esta quinta-feira.

O novo coronavírus, que surgiu na República Popular da China no final do ano passado, paralisou a economia chinesa ao causar uma queda histórica de 6,8 por cento do Produto Interno Bruto no primeiro trimestre de 2020.

Mas o Alibaba, como outros grupos de tecnologia na China, foi amplamente poupado, e seu presidente, Daniel Zhang, explicou que a pandemia, o confinamento e o distanciamento físico explicam a decisão, tomada pelos consumidores, de recorrerem às lojas online: “Estávamos bem posicionados para aproveitar o crescimento da transformação digital, acelerada pela pandemia tanto ao nível do consumo como da actividade empresarial”, afirmou, citado no comunicado.

O grupo viu as receitas dos seus centros de dados aumentarem 59 por cento para 1,7 mil milhões de dólares.

Por fim, a empresa também beneficiou de significativos ganhos de capital no mercado de acções, que elevaram os lucro líquido para 6,7 mil milhões de dólares (47,6 mil milhões de yuans), resultado que mais que duplicou (+ 124 por cento) em relação ao mesmo trimestre do ano fiscal anterior.

A boa saúde do Alibaba pode ser prejudicada, no entanto, pelos esforços contínuos do governo norte-americano de restringir o acesso dos gigantes chineses da tecnologia, após a campanha para isolar o grupo de telecomunicações Huawei e das ameaças agora dirigidas ao aplicativo Tiktok, pertencente à empresa chinesa ByteDance.

O presidente dos Estados Unidos afirma que as duas empresas representam ameaças à segurança nacional norte-americana e à segurança dos dados pessoais dos cidadãos  norte-americanos.

Trump deu recentemente a entender que outras empresas, possivelmente incluindo a Alibaba,  estarão eventualmente sujeitas a medidas semelhantes.

Donald Trump também ordenou em Maio uma investigação sobre as empresas chinesas listadas nos mercados financeiros norte-americanos, incluindo a Alibaba, a JD.com,  a Baidu e muitas outras, por entre o aumento das tensões entre as duas maiores economias do mundo.

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