Os militares dos Estados Unidos vão ajudar o Japão a monitorizar incursões chinesas “inéditas” perto de um grupo de ilhas do Mar do Leste da China controladas pelo governo japonês, mas reivindicadas por Pequim. O anúncio foi feito numa altura em que barcos chineses se preparam para começar a pescar em águas próximas das ilhas Senkaku, disse na quarta-feira o comandante das forças norte-americanas no Japão.
“Os Estados Unidos estão 100 por cento absolutamente determinados no seu compromisso de ajudar o governo do Japão com a situação”, disse o tenente-general Kevin Schneider, durante uma conferência de imprensa virtual.
“Os barcos chineses entram e saem duas vezes por mês, e agora estamos a ver que basicamente estacionaram na zona, no que constituiu uma provação para o governo do Japão”, acrescentou.
Os comentários de Schneider foram feitos numa altura em que ele e outros comandantes de alta patente dos Estados Unidos da América criticam a China por forçar reivindicações territoriais na Ásia, numa altura em que o mundo tem em mãos à pandemia do novo cooronavírus e testemunha a deterioração aguda nas relações entre Washington e Pequim.
Num dos episódios mais recentes, Pequim fechou o consulado norte-americano de Chengdu esta semana, em retaliação pelo encerramento do seu consulado em Houston, no Texas.
A República Popular da China reagiu em menos de uma hora aos comentários de Schneider, que também descreveu as acções chinesas como “agressivas e malignas”. O Ministério dos Negócio Estrangeiros chinês disse que as ilhas são território chinês e pediu que “todas as partes preservem a estabilidade na região”.
A disputa sobre o arquipélago do Mar do Leste da China, conhecido como Senkaku no Japão e Diaoyu na China, prolonga-se há vários anos. Os EUA são neutros quanto à questão da soberania, mas prometeram ajudar o Japão a defendê-las de ataques.
A China provavelmente vai suspender a proibição de pesca no Mar do Leste da China por volta de 15 de Agosto, permitindo que uma grande frota de traineiras apoiada por uma milícia marítima, a Guarda Costeira e a Marinha chinesas pesque nos arredores das ilhas contestadas, disse Schneider.
O Japão abriga a maior concentração de forças norte-americanas na Ásia, incluindo um grupo de ataque de um porta-aviões, esquadrões de caças e uma força anfíbia instalada em Okinawa. Ainda há cerca de 50 mil militares em solo japonês.
As tropas estão a operar com restrições, inclusive de viagens e de grandes aglomerações, devido a surtos de coronavírus em algumas bases.
Schneider disse que havia 139 casos activos de coronavírus esta quarta-feira nas bases norte-americanas no Japão.
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