Hong Kong. Membros da Falun Gong temem lei da segurança nacional

No dia 5 de Julho, um domingo, cinco dias depois de a República Popular da China impor a lei da segurança nacional na vizinha Região Administrativa Especial de Hong Kong, Yang Xiaolan e três dúzias de membros do Falun Gong  posicionaram-se num parque público com os braços estendidos diante dos olhos fechados, meditando ao som do canto dos pássaros.

O grupo espiritual foi banido da China continental em 1999, mas os seus membros receberam permissão para actuar livremente em Hong Kong, embora o grupo incentive as pessoas a rejeitarem a liderança do Partido Comunista chinês. Yang disse que não se sente segura na cidade desde que a lei de segurança tornou os crimes mal definidos de secessão, subversão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras puníveis com penas que podem chegar à prisão perpétua.

“No continente, o meu coração tremia sempre quando eu praticava os ensinamentos da Falun Gong. Temia pela minha vida constantemente”, contou Yang, que fugiu da República Popular da China em 2009. “Assim como faziam as autoridades de segurança pública continentais, eles podem repudiar a lei e dizer que qualquer coisa é ilegal”, defendeu, ao abordar a nova lei da segurança.

O governo de Hong Kong não quis comentar de que forma a nova legislação poderá vir a afectar o culto da Falun Gong, mas assegura que a seita mantém “os direitos e liberdade básicos de que gozam legalmente os cidadãos que obedecem as leis”. A lei não menciona grupos religiosos ou espirituais.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês disse que a nova lei da segurança nacional de Hong Kong punirá qualquer comportamento que ameace a segurança nacional.

Yang e seis outros dos cerca de 300 devotos da Falun Gong que praticam com frequência em vários locais de Hong Kong disseram à agência Reuters que planeiam continuar a agir como faziam antes da lei ser aprovada, mas há quem acredite que a penalização da Falun Gong não será um teste à fórmula “Um país, Dois sistemas” adoptada pela China, depois de Hong Kong regressar à soberania chinesa, a 1 de Julho de 1997.

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